Um minuto com Chico Xavier

Por: José Antônio Vieira de Paula
Na psicologia contemporânea, a análise da evolução de trauma emocional deve seguir o seguinte sentido. O Trauma é seguido de um estado Confusional, depois, de uma Não Aceitação, depois exige um período de Racionalização, para só então o indivíduo voltar ao equilíbrio do qual se afastou pela dor sofrida.
Se observarmos bem essa dinâmica do sofrimento, veremos que o maior obstáculo para que o indivíduo volte à harmonia, após um processo doloroso, é a não aceitação, que pode ser manifestada como revolta, amargura, mágoa, indignação etc.
O caso que apresentaremos hoje mostra uma orientação dada por Emmanuel, através de Chico, para uma senhora que acabara de perder dois filhos em um acidente.
Ouçamos o caso.
As palavras de Chico Xavier estão sempre revestidas de luz, descortinando novos caminhos para os nossos passos. Ele é uma fonte inesgotável de bênçãos, dessedentando os corações cansados de sofrer no vale das provações humanas. Por isto, quando ele fala, todas as vozes se emudecem e todos os ouvidos se aguçam, a fim de guardar-lhe os ensinamentos nos escrínios da própria alma.
Recordo-me de que, há muito tempo, uma mãe aflita, ao debruçar-se-lhe sobre os ombros, indagou em lágrimas: "Chico, o que vou fazer agora da minha vida?! Perdi os meus filhos, Chico, num desastre... Morreram os dois... A minha dor é terrível... Estou desesperada..."
O episódio nos comovia a todos, no "Grupo Espírita da Prece", em Uberaba.
Fitando-a com os olhos igualmente repletos de lágrimas, o incansável servo do Cristo lhe respondeu: "Filha, o nosso Emmanuel sempre me diz que a aceitação de nossos problemas, sejam eles quais forem, representa cinquenta por cento da solução dos mesmos; os outros cinquenta por cento vêm com o tempo... Tenhamos paciência e fé, pois não estamos desamparados pela Bondade Divina."
Bastou que ouvisse essas palavras do Chico, para que aquela senhora se acalmasse em uma cadeira próxima, começando a refletir sobre os Desígnios de Deus.
De nossa parte, ficamos também, em silêncio, a meditar na grandeza da lição daquela hora, a respeito da aceitação do sofrimento, perguntando a nós mesmos quantas dores maiores poderíamos evitar, se nos resignássemos ante as dores aparentemente sem remédio que nos visitam no cotidiano...




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