Por: Bárbara Pádua Avena
Ontem fui assistir ao filme Nosso Lar. Só com essa frase já foi preciso de um ponto para respirar e organizar o pensamento das milhares de perguntas íntimas de "Por onde?" e "Como recomeçar?". É fato que chorei o filme todo, eu sabia que isso ia acontecer, mas por mais que as pessoas tenham me alertado para levar lenço de papel e dissessem o quanto minha vida mudaria após assistir cada segundo daquele filme, eu não imaginava a força que isso tomaria dentro de mim.
Sempre em finais de ano, costumo tentar fazer uma reforma íntima e anotar coisas que eu quero mudar em mim no ano seguinte, sempre achei que isso fosse uma forma de rever conceitos, atitudes e comportamentos, isso já me ajudou muito, mas eu sempre soube que estava longe de ser quem esperam que eu fosse. Mas isso não entra na questão me preocupar com o que os outros pensam, não é isso. Refiro-me a essa questão espiritual, que por mais cravados estejam em livros e mensagens, é sempre importante ter imagens que exemplifique que é preciso mudar, como fez "Nosso Lar, o Filme", "Chico Xavier, o Filme" e "Bezerra de Menezes".
"Quando você imaginaria que raiva, mágoa, rancor fossem diagnostico de uma doença?" (não sei se a frase é bem essa, mas a ideia é), o que importa é a quantidade de verdade que aí se encontra. Tá aí, mais um ponto a ser mudado na minha vida. Sei que muitas pessoas sofrem do mesmo mal, sempre que algo incomoda guarda até o estômago arder. Tá errado, resignação também faz parte da lei Divina. O mundo quer que nos mexamos e não nos permitamos perder nossa moral diante de um desafio, óbvio que isso não significa, nem nos dá o direito de fazer isso com nosso próximo (a quem pretendo, e muito, trabalhar o lado irmão - Como isso é importante!), mas sim parar, refletir e trilhar um novo caminho, nos dar o valor e impor limites. Ah, os limites são fundamentais, respeito ao próximo é meio caminho andado para o Amor que Deus tanto quer que sintamos uns pelos outros.
Não consigo parar de pensar nas frases do filme, tudo dentro do mesmo livro que li, mas, dessa vez, com tanta pressão e expressão que dormi tão fundo a noite a ponto de acordar com esse texto pronto na cabeça às 6h17min, da manhã.
Saí do cinema atordoadíssima, só me vinham na cabeça pensamentos inquietos, como: "tá muito longe!", "tá tudo errado", "o perdão - perdoar e ser perdoado, mas como?", "que aflição aquele umbral", "quero ser uma pessoa melhor".
Nunca é tarde, sempre é, e haverá, tempo para recomeçar. E aqui cabe perfeitamente a frase que Chico Xavier imortalizou "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".
Fecho meus olhos e agradeço por tanta informação e conhecimento jogados de mão beijada em minhas mãos esperando que eu faça algo. É muito forte e marcante o sentimento de quem aprende na dor, na raça, mas quando vem assim, em forma de exemplo o tapa vem quase o mesmo tanto reformador.
Não me sinto chocada com o que vi já li o livro onde também me emocionei muito, mas... que chacoalhão.
As cenas do começo onde a água nos força a treinar a paciência, só me faz pensar nas oportunidades que perdemos de ouvir e, assim, aliviar a dor de outra pessoa, simplesmente por ouvir. Das vezes que numa briga falamos absurdos só para não sair "por baixo", e nem ao menos tentamos entender o que o outro está nos falando e o quanto aquilo pode ser verdade e está sendo dito pra justamente nos atentarmos de nossos erros e refletir. Fez-me lembrar daquele conceito de amizade, onde o amigo verdadeiro é aquele que te diz o que, em certos momentos, você não quer ouvir. E me lembro de também, já voltando pra questão do amor ao próximo, que quando Deus nos pede para amar o nosso irmão, ele não está se referindo seu melhor amigo, seu irmão de sangue, sua mãe ou seu pai, tente amar seus inimigos e você verá que ainda há muito que aprender e muita água pra não engolir.
A palavra agora é "Reflexão". Ainda sinto formigar o nariz quando me lembro das coisas que me tocara nesse filme, a vontade de chorar é imensa, mas não é isso que vai me fazer ter uma atitude em relação as coisas que eu mesma considero errado em mim (fora as que não percebo. Aí amigos, estou contando com vocês).
Sem trabalho não há merecimentos. Certa vez me deram a definição da palavra "resignAção", o que significa que é preciso parar tudo o que está fazendo, abdicar de coisas, e agir, ter atitudes, ficar parado: Nunca.
"Nosso Lar, O Filme", aguçou muito minhas sensações. "O que esperar de mim?", "O que esperar das outras pessoas?" São perguntas que ainda vão me acompanhar por muito tempo, espero que para sempre, pra que nunca seja tarde de melhorar minha conduta perante a mim e ao meu irmão companheiro de jornada.
Ah, lembrei-me de uma coisa que ouvi no Centro Espírita que frequento, não é de hoje que dizem que a terra está passando por grandes limpezas, e há quem diz ainda que esta pode ser, para uns, a última chance nesse mundo (de provas e expiações) para resgatarmos nossos erros, reconciliarmos com nossos desafetos, ajudar nosso irmão mais necessitado e sempre lutar para ser uma pessoa muito melhor. Pode ser que ainda tenhamos outras chances de voltar aqui, com as mesmas pessoas, com os mesmos objetivos, para consertar os mesmos erros. Mas será que vale a pena esperar? Deus é tão justo que não permite que o espírito regrida, mas ele pode estacionar e não PROgredir. Vale a pena sentar e esperar a vida passar?
No decorrer do filme, muitas vezes pensava "olha aí, fulano tinha que ouvir isso", tenho certeza que muita gente pensou como eu, é humano apontar os erros do outro antes mesmo de vez os nossos. Tem até uma metáfora que diz, que nós andamos em fila indiana, na nossa frente carregamos nossas qualidades e atrás os nossos defeitos. Quem está na nossa frente só está nos mostrando os defeitos e nós ficamos criticando, olhando para as nossas qualidades e falando dos defeitos do outro. Mas o que nós nos esquecemos, é que atrás da gente, tem alguém vendo os nossos defeitos e fazendo o mesmo julgamento de críticas.
Portanto, disso vou levar duas coisas. A primeira disparada é: Ver os MEUS erros e não lembrar quem erra aqui, quem erra lá. Posso estar fazendo igual e não sei. A segunda é lembrar que todo mundo tem seus defeitos e também suas qualidades e é preciso lembrar de ver as duas bagagem do meu companheiro de jornada antes de julgar.
Outra coisa muito importante que não se pode esquecer, é sobre o nosso pensamento. Este tem tanta força quando nossa palavra é jogada. Todas as vezes que faço orientação me dizem para eu controlar meus pensamentos "Somos aquilo que pensamos", e é verdade cai como uma luva. Quantas vezes mentalizamos coisas boas e elas acontecem? Assim como, em momentos de desequilíbrio, pensamos coisas com sentimentos ruins ou mesmo quando estamos com medo, jogamos tudo aquilo pro ar. Pensamento é energia e elas são captadas pelo nosso redor, e dependendo for nossa companhia vamos ter retorno daquilo que pensamos (desejamos, na maioria das vezes inconscientemente). No meu caso, costumo imaginar as coisas como elas seriam se fossem de outra forma e isso me atrapalha muito, pois eu sofro com elas. Como fiz orientação há pouco tempo, me relembraram um exercício pra essas horas de desconforto: Se chacoalhe. Mexa braços, cabeça, mãos, deixa tudo solto e se chacoalhe. Além da sensação ser muito boa, seus pensamentos indesejados são jogados pra bem longe.
Depois disso tudo, sinto que preciso organizar meus pensamentos, quero mentalizar sempre as palavras-chaves desse desabafo que me serviram, e ainda servirão, de luz para qualquer mudança que me faça ter atitudes de não querer parar, não deixar secar essa sede de querer fazer algo a respeito, agir sempre e fazer um novo fim, afinal, tarde não é!
3 comentários:
Bárbara que maravilhoso o seu ponto de vista, ainda não vi o filme, mas chorei com o seu comentario... por me enxergar em varios topicos... parabéns, me fez repensar...rever valores...Adorei,
Fica com Deus!!
Bárbara, espero que muitas outras Barbaras façam a reflexão proveitosa que vc fez. Valeu a pena anotar seus itens e comentarios. Fiz mais, entrando num chat espirita onde rolava somente abobrinhas, fui postando a sua historia bela e inteligente. Que Deus te abençoe, dirigindo teus passos e tua inteligencia na compreensão maior da vida a fim de que possas gizar caminhos a muitos outros com nossa Doutrina de Luz!
(nick Chama azul. sala espirita UOL) em 7.01.2010
Oi Barbara,
Sentí estas mesmas sensações..(muitas perguntas).....Gostei da metáfora que diz, que nós andamos em fila indiana,......não a conhecia. Muito Boa.
Fica em Paz.
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