Por: Carmem Paiva de Barros
O maior filósofo de todos os tempos, Sócrates (469-399 a.C), ensinava aos seus discípulos que “o bem e a virtude eram conseqüências naturais do saber”.
Assim, se o conhecimento leva o Espírito humano à conquista da sabedoria e também à prática da injustiça e da maldade, essa conduta amoral tem sua causa na ignorância do verdadeiro saber, ou seja, o mal nada mais é que a falta de conhecimento pleno e racional do bem.
Daí a razão de tantos delitos graves que provocam a perda de vidas humanas preciosas, principalmente de jovens orgulhosos do seu saber, cheios de ambição, com brilhante futuro pela frente.
Os pais, mesmo os espíritas, não têm sobre seus filhos completo domínio de suas ações pessoais. Esses filhos são Espíritos dotados de um mecanismo poderoso que determina a sua trajetória de vida terrena, seja para o bem ou para o mal: o livre arbítrio.
Mostramo-nos como bons exemplos de conduta e comportamento. Aconselhamos e orientamos dentro de uma filosofia pedagógica marcada pela simplicidade de nosso próprio aprendizado de vida. Criamos e educamos nossos filhos com a melhor parte do nosso amor, de nossa afetividade, de nossa extremada dedicação, antevendo um amanhã próspero e feliz para cada um deles.
Nossos filhos sabem que estamos querendo o melhor para eles, mas nem sempre eles querem esse “melhor” para si mesmos. As boas ou más tendências que revelam são frutos do próprio caráter e de sua natureza espiritual.
Quando são maleáveis e sensíveis aos nossos conselhos, crescem dóceis e disciplinados para enfrentar com equilíbrio as provas e expiações a que se submeterão no decorrer da existência terrena.
Difícil mesmo é educar o Espírito orgulhoso do seu saber, rebelde sem causa, indisciplinado e irônico com o sofrimento alheio.
Imaginamos quantos pais e mães, espíritas ou não, carregam silenciosamente sua angústia e seu medo com aquele filho, “criado com tanto amor”, mas que não respeita nenhum código social, ético, moral ou religioso.
Os “filhos do mundo” acreditam que são “donos” de suas vidas e que podem manipular o livre arbítrio sem o menor constrangimento. No entanto, quase sempre são surpreendidos na plenitude da vida pelo desencarne imprevisível e doloroso para suas famílias.
A maioria é assassinada por conta da ambição e do orgulho ferido de outros Espíritos mais inferiores moral e intelectualmente. Esses Espíritos arrebatam tudo daqueles que lhes cruzam o caminho sem pressentir a maldade dissimulada e a brutalidade injustificável do seu gesto criminoso.
Assim como Deus não pode se servir do cego para fazer compreender a luz, os pais e as mães do nosso mundo não tem como impedir que seus filhos passe pelo crivo da prova ou da expiação mais dolorosa.
O livre arbítrio de cada um é fator determinante no processo de reparação moral a que estão sujeitos diante da vida equivocada e leviana assumida como “boa e correta”.
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