“Os Espíritos encarnam como homens ou mulheres,
porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, assim como cada
posição social, lhes oferece provas, deveres especiais e a ocasião de adquirir
experiência.” (1)
A organização
sexual é inerente ao corpo biológico, como esclarece a Doutrina (2), que lhe
permite a geração de novos corpos, para que os espíritos possam realizar seus
progressos no mundo material, e o desenvolvimento humano obedece, física e
espiritualmente, uma diretriz, do mais animalizado para o mais espiritualizado:
“Na sua origem, o homem possui instintos; mais avançado e
corrompido, possui sensações; mais instruído e purificado, possui sentimentos.
No ponto mais delicado e evoluído dos seus sentimentos, surge o amor…” (3)
No trajeto
evolutivo as sensações aparecem quando ainda não há razão e conhecimento,
sedimentando a paixão pelo prazer físico que a atividade sexual proporciona,
fortalecidas pelo egoísmo provocado pelos instintos animalizados, resultando em
comportamentos infelizes tais, que provocam prejuízos físicos e emocionais a si
mesmo e ao próximo, e todo prejuízo causado deverá ser ressarcido em maior ou
menor tempo, por aquele que lhe deu causa.
Mas não é só
isso. A alma continua a ter a sua individualidade, mesmo sem o corpo físico:
“Ela ainda tem um fluido que lhe é próprio, tomado da
atmosfera de seu planeta e que
representa a aparência de sua última encarnação: seu perispírito. (4)
E o Perispírito
possui forma determinada e pode ser palpável:
“… tem a forma que
lhe convém. É assim que se apresenta, algumas vezes, nos
sonhos, ou quando estais acordados, podendo
tomar uma forma visível e até mesmo palpável.” (5)
O Espírito
carrega após a morte do corpo físico, na sua configuração perispiritual, todos
os reflexos de sua mente, incluindo seus vícios e paixões, com a consequente
vontade de satisfazê-las, como atesta o Espírito Santo Agostinho:
“Quando o Espírito deixa a Terra leva consigo as paixões ou
as virtudes de sua natureza e vai para o Espaço se aperfeiçoar, ou permanece
estacionário até que deseje esclarecer-se.” (6)
E a satisfação das paixões é buscada pelo espírito tanto no
plano espiritual, quanto junto aos encarnados viciosos, em simbiose, conforme
nos orienta a Codificação:
Os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações?
– A esse respeito, sua influência é maior do que podeis
imaginar. Muitas vezes são eles que vos dirigem.(7)
Pode o homem se libertar da influência dos Espíritos
que procuram arrastá-lo ao mal?
– Sim, porque apenas se ligam àqueles que os solicitam por seus desejos ou os
atraem pelos seus pensamentos.” (8)
O atual
panorama humano mostra, de forma direta e contundente, o quanto o sexo se
encontra aviltado e incompreendido pela humanidade, e por isso a sujeita aos
mais profundos processos obsessivos, com a participação ativa dos desencarnados
junto aos encarnados em suas atividades sexuais infelizes:
“Um Espírito pode momentaneamente entrar no corpo de uma
pessoa viva, isto é, se introduzir num corpo animado e agir no lugar daquele
que está encarnado?
– O Espírito não entra num corpo como entrais numa
casa. Ele se identifica com um Espírito encarnado que tem os mesmos defeitos e as mesmas qualidades para agir conjuntamente; mas é sempre o Espírito encarnado
que age como quer, sobre a matéria em que está…” (9)
A cultura
humana conhece, de há muito, as figuras espirituais chamados Íncubos e
Súcubos (10), que são tidos como espíritos masculinos e femininos, que
buscam os encarnados, durante o sono ou mesmo em vigília, tanto por perseguição
e tortura, quanto para satisfação de suas paixões infelizes na área do sexo.
As respostas
acima, ditadas pelos Espíritos Superiores, atestam a veracidade da existência
desses espíritos, e a possibilidade de suas ações. No entanto, sempre estará no
encarnado a responsabilidade pela ocorrência, seja pelos vícios desenvolvidos
no passado, seja pelos decorrentes de desequilíbrio moral na existência atual.
A propósito, a
respeito da inviolabilidade espiritual do ato conjugal, sugerimos a leitura do
capítulo treze do livro Missionários da Luz, ditado por André Luiz à Francisco
Cândido Xavier.
Dia vem, por
força da destinação que a Divina Providência determina, em que as paixões
saturam o espírito que a desenvolveu, e então ele buscará o progresso moral
desenvolvendo as ações necessárias:
“O homem pode encontrar nos Espíritos uma assistência eficaz
para superar suas paixões?
– Se ele orar a
Deus e a seu protetor com sinceridade, os bons
Espíritos certamente virão em sua ajuda, porque é missão deles. (11)
Como se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos?
– Fazendo o bem e
colocando toda a confiança em Deus, repelis a
influência dos Espíritos inferiores e anulais o domínio que querem ter sobre
vós…” (12)
Pode-se por si mesmo afastar os maus Espíritos e se libertar
de sua dominação?
– Sempre se pode libertar de um domínio quando se tem vontade firme. (13)
Assim sendo,
não basta querer o progresso, é preciso fazê-lo acontecer, e isso se dará em
maior ou menor tempo, conforme nos propõe o Benfeitor Espiritual Áureo (14):
“No seio augusto do tempo, a mente se angeliza e a forma se
transluz. A mente, que se manifesta na matéria, se expressará, um dia, em plena
luz. O sexo, que vibra na carne, radiará, um dia, o puro amor.
No regaço insondável dos milênios, a crisálida de consciência
acende, humilde, o primeiro raio da coroa de glórias arcangélicas. Os genes
cromossomáticos, que partem dos núcleos celulares e do citoplasma, iniciam, com
modesta nota, a sinfonia cósmica da comunhão dos querubins.
Atritada pelos problemas e acicatada pelo trabalho, a mente
freme na eclosão do conhecimento, para o esplendor da sapiência. Acrisolado
pela dor, nos torniquetes da experiência, o sexo emerge, transformado, para as
excelsas criações da beleza.
Torna-se a mente em poder; torna-se o sexo em amor. O poder
constrói os mundos; o amor os apura e diviniza. A mente se fortalece e expande;
o sexo se desdobra e auto completa. Entretanto, só a mente é eterna; o sexo,
que a reflete, acaba por ela absorvido.
Dia chega em que só a mente existe, na plenitude da vida,
gloriosa de sabedoria e de amor, na comunhão divina. Então, o verme humilde,
que se transformara, com o tempo, em homem problema, será, no império do
Universo, um príncipe de luz.”
Pensemos nisso.
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Referências
bibliográficas:
(1) O Livro dos Espíritos, item 202; comentário
de Allan Kardec;
(2) Idem, item 201;
(3) O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap XI,
item 8;
(4) O Livro dos Espíritos, item 150a;
(5) Idem, item 95;
(6) O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap XIV,
item 9;
(7) O Livro dos Espíritos, item 459;
(8) Idem, item 467;
(9) Idem, item 473;
(10) Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dncubo
(11) O Livro dos Espíritos, item 910;
(12) Idem, item 469;
(13) Idem, item 475;
(14) Universo e Vida, Hernani T. Sant’Anna,
Espírito Áureo (mensagem completa disponível em:
http://www.bvespirita.com/Universo%20e%20Vida%20 (psicografia%20Hernane%20T.%20SantAnna%20-%20espirito%20Aureo).pdf
Um comentário:
Parabéns ótima matéria e informações que só nos trazem grandezas .
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