O Brasil
teve 697 denúncias de intolerância religiosa entre 2011 e 2015, segundo dados
da Secretaria Especial de Direitos Humanos compilados em relatório lançado na
semana passada (19) na capital fluminense. O estado do Rio de Janeiro lidera o
ranking com maior número de denúncias de casos de discriminação, que têm como
principal alvo as religiões afro-brasileiras.
O Brasil
teve 697 denúncias de intolerância religiosa entre 2011 e 2015, segundo dados
da Secretaria Especial de Direitos Humanos compilados em relatório lançado na
semana passada (19) na capital fluminense. O estado do Rio de Janeiro lidera o
ranking com maior número de denúncias de casos de discriminação, que têm como
principal alvo as religiões afro-brasileiras.
Lançado
na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o relatório é fruto de uma parceria
entre Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), Centro de
Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) e Laboratório de História das
Experiências Religiosas (LHER) do Instituto de História da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ).
Enquanto
em 2014 o número de denúncias de intolerância religiosa havia se reduzido
frente a 2013 — de 201 casos para 149 — esse volume voltou a subir em 2015,
quando foram registradas 223 denúncias, apontou o relatório feito com base no
Disque 100. O Rio de Janeiro teve o maior número de casos (32), seguido por Minas
Gerais (29) e São Paulo (27).
“Os
estudos indicam que o processo de registro das ocorrências e o processo de
resolução dos casos são longos, considerando a série de dificuldades na
interpretação da legislação pertinente”, disse o documento. “Fica a sensação de
que não adianta registrar o boletim de ocorrência, primeiro passo para iniciar
o processo”.
Rio de Janeiro
Os
números do Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos
(CEPLIR) referentes ao estado do Rio de Janeiro são ainda mais alarmantes.
Segundo
o órgão, houve um total de 1.014 atendimentos referentes a denúncias de
intolerância religiosa entre julho de 2012 e setembro de 2015. Desse total,
71,15% tinham como alvo as religiões afro-brasileiras, mais afetadas por esse
tipo de discriminação.
O CEPLIR
aponta que somente entre setembro e dezembro de 2015 houve 66 atendimentos.
Desse total 32% das denúncias referiam-se a discriminação contra muçulmanos e
30% contra candomblecistas.
“Dados
estes que nos revelam que a grande maioria dos casos de intolerância religiosa
são relacionados aos adeptos das religiões e religiosidades afro-brasileira”,
disse o documento.
“Esse
significativo aumento de registro por parte dos mulçumanos pode estar associado
a ocorrência de fatos internacionais ligados as ações do Estado Islâmico, o que
no Brasil acabou por resultar em práticas e ações contra a comunidade
islâmica”, completou o relatório.
Luta
contra a islamofobia
Em vídeo para
evento em Nova York na semana passada (17), o secretário-geral das
Nações Unidas, António Guterres, pediu que fossem reforçados os princípios da
inclusão, da tolerância e do entendimento mútuo na luta contra a discriminação
antimuçulmana — também chamada de islamofobia — e contra o ódio em distintos
contextos. O encontro foi promovido pelo Canadá, EUA, União Europeia e a
Organização para a Cooperação Islâmica.
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