Por: Joanna de Ângelis
No livro Triunfo pessoal (psicografado por Divaldo Franco),
Joanna de Angelis aborda a temática do terrorismo. Segundo ela, devido “à predominância
da natureza animal sobre a natureza espiritual e o desbordar das paixões, o
ser humano, em determinados estágios da evolução, mantém as heranças primevas,
os instintos primários que sobrepujam os valiosos tesouros da inteligência, do
discernimento, da razão, da consciência”.
“São
eles que dão campo ao desenvolvimento da perversidade que não trepida em matar,
de forma que a sua truculência emocional prevaleça.”
E
segue:
“(…) A
ausência dos sentimentos que engrandecem o indivíduo, o desvio para as
estruturas esquizofrênicas, liberam as forças hediondas do primitivismo que se
impõe pela tirania, abraçando o fanatismo que o caracteriza como primário,
possuindo, a partir de então, um objetivo estimulador para dar campo ao que lhe
é característica de evolução em nível inferior do processo de cultura e de
emoção”.
“Pode,
não poucas vezes, desenvolver a inteligência, adquirir conhecimento
tecnológico, abraçando causas que parecem nobres, mas que somente constituem
fugas do conflito perturbador para exibir a turbulência interior, a odiosidade
que preserva no íntimo em relação aos demais com quem convive ou não e, por
extensão, contra toda a sociedade”.
“(…)
Em razão da estrutura psicológica mórbida, possui graves desvios da libido,
invariavelmente atormentado nas suas manifestações, com severos distúrbios das
funções sexuais, ocultando o vazio existencial na exorbitância dos instintos
agressivos nos quais se compraz”.
“(…)
Exilando-se em antros sórdidos onde se refugiam, repetindo o inconsciente
pessoal que busca esconder-se por sentir-se inferior, incapaz de despertar
qualquer interesse digno dos seus coevos, o terrorista é um psicopata
congênito, mesmo que se expresse como portador de equilíbrio que bem disfarça,
em razão as peculiaridades de toda uma existência de simulação, na qual esteve
assinalado pela covardia e desespero íntimo de saber-se não aceito, que é o
ressumar do conflito de inferioridade”.
“Naturalmente,
como decorrência da sua insânia, pode fomentar o surgimento de outros
portadores dos mesmos sentimentos de perversidade, trabalhando a infância e a
juventude – materiais humanos muito próprios – mediante os processos de lavagem
cerebral, induzindo a ódios irracionais e necessidade de destruição, que se
iniciam pela perda do sentido existencial, que somente possui significado até o
momento de alcançar a sua meta destrutiva”.
“(…)
Caso se permitisse terapia própria, o terrorista desenvolveria o sentimento de
amor nele existente, mas não cuidado, conseguindo ultrapassar o nível de
hediondez para o da fraternidade, saindo da consciência de sono para
outro patamar de lucidez, de despertamento”.
“(…)
Ainda nesse caso, defronta-se um Self em manifestação
primitiva, com todas as expressões de beleza soterradas no inconsciente
pessoal, que se transferem de uma existência física para outra sob ódio
incoercível, em razão de alguma injustiça ou calamidade vivenciada e não
absorvida pela razão”.
“O
amor que a Humanidade lhe ofereça será a terapia mais segura para diminuir-lhe
a angústia. Ao invés do revide pelo ódio, que mais lhe aguça os instintos
repressores, o amor alcança-o suavemente e deixa de lhe vitalizar o
ressentimento contra a sociedade, que o torna herói de fancaria,
insignificante, mas hediondo, atormentado e desditoso”.
.
Um comentário:
Muito compreensível e triste.
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