Por: Joanna de Ângelis
O sentimento de amor pode levar a uma comunhão sexual, sem
que isso lhe seja condição imprescindível. No entanto, o prazer sexual pode ser
conseguido pelo impulso meramente instintivo, sem compromisso mais
significativo com a outra pessoa, que, normalmente se sente frustrada e usada.
Os profissionais do sexo, porque perdem o componente
essencial dos estímulos, em razão do abuso de que se fazem portadores, derrapam
nas explosões eróticas, buscando recursos visuais que lhes estimulem a mente, a
fim de que a função possa responder de maneira positiva. Mecanicamente se
desincumbem da tarefa animal e violenta, tampouco satisfazendo-se, porquanto
acreditam que estão em tarefa de aliciamento de vidas para o comércio
extravagante e nefando da venda das sensações fortes, a que se habituaram.
O amor, como componente para a função sexual, é meigo e
judicioso, começando pela carícia do olhar que se enternece e vibra todo o
corpo ante a expectativa da comunhão renovadora.
Essa libido tormentosa, veiculada pela mídia e exposta nas
lojas em forma de artefatos, torna-se aberração que passa para exigências da
estroinice, resvalando nos abismos de outros vícios que se lhe associam.
Quando o sexo se apresenta exigente e tormentoso, o indivíduo
recorre aos expedientes emocionais da violência, da perseguição, da hediondez.
Os grandes carrascos da Humanidade, até onde se os pode
entender, eram portadores de transtornos sexuais, que procuravam dissimular,
transferindo-se para situações de relevo político, social, guerreiro, tornando-se
temerários, porque sabiam da impossibilidade de serem amados.
Quando o amor domina as paisagens do coração, mesmo existindo
quaisquer dificuldades de ordem sexual, faz-se possível superá-las, mediante a
transformação dos desejos e frustrações em solidariedade, em arte, em
construção do bem, que visam ao progresso das pessoas, assim como da
comunidade, tornando-se, portanto, irrelevantes tais questões.
O ser humano, embora vinculado ao sexo pelo atavismo da
reprodução, está fadado ao amor, que tem mais vigor do que o simples intercurso
genital.
Sem dúvida, por outro lado, as grandes edificações de
grandeza da humanidade tiveram no sexo o seu élan de estímulo e de força. Não
obstante, persegue-se o sucesso, a glória efêmera, o poder para desfrutar dos
prazeres que o sexo proporciona, resvalando-se em equívoco lamentável e
perturbador.
O amor à arte e à beleza igualmente inspirou Miguel Ângelo a
pintar a capela Sistina, dentre outras obras magistrais, a esculpir la Pietá e
o Moisés; o amor à ciência conduziu Pasteur à descoberta dos micróbios; o amor
à verdade levou Jesus à cruz, traçando uma rota de segurança para as criaturas
humanas de todos os tempos...
O amor é o doce elevo que embriaga de paz os seres e os
promove aos píncaros da auto-realização, estimulando o sexo dignificado,
reprodutor e calmante.
Sexo, em si mesmo, sem os condimentos do amor é impulso
violento e fugaz.
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2 comentários:
Recomendo a leitura. Excelente e esclarecedor. Vale a pena leitura.
É assim msmo..nosso mundo nos dias de hj...o amor..haaaa o amor.. estamos tão distantes dele...pq??? Refletir em nossa ações...pra mudar..
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