Por: Cláudio Bueno Silva
Uma revelação importante que os
espíritos trouxeram aos homens é a que diz respeito à influência que aqueles
exercem sobre estes.
A uma pergunta que
lhes foi feita, os habitantes do mundo invisível disseram que influem nos atos
humanos muito mais do que se possa pensar por aqui, na Terra.
Essa revelação espantosa, da qual boa
parte dos homens sequer suspeita, está contida em O Livro dos Espíritos, obra
produzida pelos próprios espíritos e coordenada por Allan Kardec, depois de
muita observação e estudos criteriosos.
Estes seres do
outro mundo chegaram a afirmar que essa influência é tal, que “muito
frequentemente são eles que nos dirigem”.
Embora Deus nos
garanta a liberdade de pensar e agir, de fazer as nossas escolhas, nos dois
lados da vida, essa informação não deixa de ser contundente. Por isso a questão
das influências recíprocas precisa ser conhecida e estudada atentamente por
todas as pessoas. Porque, segundo os espíritos, essa permuta é muito intensa e
está presente em quase todas as circunstâncias da vida, ajudando a desencadear
o bem ou o mal, dependendo das motivações que nutrem as relações entre os
seres.
Pensando neste
assunto, relacionei-o com o noticiário policial das tevês e jornais da
atualidade. Praticamente todos os dias são divulgados dramas horrendos de
variada espécie, mas com preponderância dos crimes de morte, que causam comoção
e choque na sociedade de bem, pelas suas características de barbárie.
Há casos tão
escabrosos que nos custa acreditar tenham sido provocados por pessoas normais,
que circulam nas ruas, compram em shoppings, andam de metrô, levam e buscam os
filhos à escola, enfim…
Em muitos episódios
desse tipo, o nível de brutalidade, cálculo e frieza é tanto, que é difícil
associar a façanha criminosa a pessoas com diploma universitário, bem
apessoadas, sem antecedentes e até com bom histórico de rotina familiar. Mas,
não são apenas estas que promovem barbaridades, pois não é o nível social,
econômico e cultural que impede as pessoas de cometerem desatinos graves. O
motivo fundamental é moral e tem a ver com a evolução espiritual do indivíduo.
Claro que não se
pode avaliar o caráter de uma pessoa por coisas que ela nunca fez e muito menos
pelos seus atributos exteriores, que podem muito bem ser ditados apenas pelo
verniz social.
Mas, o intrigante é
constatar que esses protagonistas delinquem, na maioria das vezes, por causas e
motivos absolutamente fúteis. Parece não fazer sentido algum! Será que agem
sozinhos, por conta própria? O que haverá por trás desses crimes chocantes praticados
por pessoas que demonstram insensibilidade para com a vida do outro,
aparentando não se importar com as consequências?
O espírito Manoel
Philomeno de Miranda, através da psicografia de Divaldo Franco, fornece
curiosas informações sobre o assunto no seu livro Tormentos da Obsessão.
Baseadas na lei de
afinidade e semelhança, que aproxima as pessoas encarnadas e desencarnadas,
dão-se as influências recíprocas, que podem variar de um extremo a outro: da
benéfica intuição de um bom espírito, à perseguição premeditada de um espírito
mau.
Conforme orienta
Manoel Philomeno, o intercâmbio espiritual está na raiz de inumeráveis males
que afetam a coletividade humana. Na forma da obsessão, onde um ser influencia
maléfica e continuadamente a outro, ocorrem muitos desses crimes, cujas causas
espirituais não são sequer suspeitadas pela maioria.
Espíritos
vingativos, obsediando pessoas, jogam-nas contra seus desafetos e inimigos. E,
nas tramas, onde muitas vezes uns devem aos outros, enredados entre si, os maus
espíritos se utilizam das fragilidades morais das suas vítimas, para dar cabo
da vida de outros, naquilo que Philomeno de Miranda chamou de “assassinato de
cunho espiritual”, no capítulo “Reminiscências”, do citado livro.
Assim, através de
interferências na conduta mental e moral de quem obsediam, essas entidades a
serviço do mal seguem “armando-lhes as mãos para a consumação dos nefastos
crimes”.
Na verdade, em
muitas situações, os crimes têm dois autores, um encarnado (teleguiado) e outro
desencarnado. O que sabem somente aqueles que já tomaram conhecimento das
profundas relações entre os dois mundos, e por isso se cuidam.
Saiba mais em:
1 - Tormentos da
Obsessão, de Manoel P. de Miranda, psicografia de Divaldo Franco, LEAL Editora,
2001.
2 - O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec, “Intervenção dos Espíritos no mundo corpóreo”, LAKE
Editora, 1978.
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