Por
Valter Viana
DAS REUNIÕES: Kardec escreveu que “uma reunião é um ser coletivo, cujas
as qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam um
feixe. Ora este feixe tanto mais força terá, quanto mais homogêneo for” [LM
– item 331] e na certeza que a influência do meio pode facilitar ou
dificultar as comunicações devemos se evitar a presença de pessoas estranhas,
desconhecidas, sem formação doutrinária para entender, quiçá antagônicas ou
vibracionalmente inconvenientes. A única garantia de se evitar estes
inconvenientes é a privacidade, pois uma reunião classificada como instrutiva e
séria deve ter participantes comprometidos com os resultados, integrados na
Casa, preparados com um mínimo de informações doutrinárias para entender o que
nela se passa e progredir, portanto não deve ter platéia, nem doentes
interessados em curar-se, muito menos curiosos, pois conforme nos ensina o
Mestre Lionês “Não basta, porém, que se evoquem bons Espíritos; é preciso, como
condição expressa, que os assistentes estejam em condições propicias para que
eles assintam em vir.” [LM – item 327].
DA
EQUIPE: Kardec percebeu as
grandes vantagens do labor em equipe. Por conta disto estabeleceu como base dos
grupos que cada um se estruturasse como uma família [LM – item 335], resumindo,
em admirável síntese, as disposições morais mínimas de que deveriam estar
imbuído os participantes: · Perfeita comunhão de vistas e de
sentimentos; · Cordialidade recíproca entre todos os membros; · Ausência de
todo sentimento contrário à verdadeira caridade Cristã; · Desejo de se
instruírem e melhorarem por meio dos ensinos dos Espíritos e do aproveitamento
de seus conselhos; · Exclusão de tudo o que, nas comunicações pedidas aos
Espíritos, apenas exprima o desejo de satisfação da curiosidade; · Recolhimento
e silêncio respeitosos, durante as confabulações com os espíritos; · União de
todos os assistentes, pelo pensamento; · Concurso dos médiuns com isenção de
todo sentimento de orgulho, de amor-próprio e de supremacia e com só o desejo
de serem úteis. [LM – item 341].
DOS
COMPONENTES: A seleção dos
integrantes para estas reuniões deve ser feita com muito critério, portanto os
candidatos devem preencher requisitos mínimos, tais como: · Ter conhecimento
doutrinário básico (ter realizado, no mínimo, a leitura de “O Livro dos
Espíritos” e “O Livros dos Médiuns”), pois deve estar capacitado a identificar
e resolver os problemas e dificuldades que porventura surgirem, no exercício da
mediunidade. · Estar freqüentando assiduamente as reuniões públicas e/ou outros
grupos de estudo da nossa Casa para que evitemos as falsas interpretações, pois
assimilando as experiências de companheiros, estaremos alongando nossa visão e
nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna mais difícil numa
leitura solitária; · Participar de atividades como: campanha do quilo,
distribuição de alimentos, visita aos enfermos, idosos e creches, atuar em
grupos de costura, evangelização, eventos diversos, etc., de forma a canalizar
através do trabalho as energias em favor do semelhante; · Não ser portador de
processo obsessivo. Caso esteja ocorrendo o candidato deverá freqüentar
preliminarmente as de Assistência Espiritual, além de inscrever-se para os
serviços de desobsessão; · Não estar doente, uma vez que o
desequilíbrio orgânico dificultará a concentração, além de ser mais uma
preocupação para equipe espiritual que deverá atuar sobre o médium em
desequilíbrio; · Não estar vinculado a reuniões mediúnicas em outras
Instituições. · A seleção dos frequentadores deve ser, a princípio, realizada
pelo Dirigente da reunião, em comum acordo com o Diretor da Área Mediúnica. ·
Os grupos mediúnicos funcionarão de forma privativa, podendo-se admitir
convidados, a critério do dirigente, quando houver motivos relevantes (treinamento,
troca de experiências, etc.).
REQUISITOS
ESSENCIAIS: As
intenções – Fundamentadas nos preceitos evangélicos do amor, do estudo
e da aprendizagem, são as que realmente atraem os Espíritos Superiores, sem
cuja contribuição valiosa os resultados decaem para a frivolidade, a monotonia
e não raro para a obsessão.
O
ambiente – Não sendo apenas o de
construção material, deve ser elaborado e mantido por meio de leitura edificante,
pensamentos sadios e da oração de forma a criar uma atmosfera pacificadora,
otimista e refazente. Os médiuns – Semelhante aos demais
participantes, são convidados ao policiamento interior das emoções, dos
pensamentos, das palavras e da conduta, para se tornarem maleáveis às
instruções de que porventura poderão ser instrumento. A faculdade mediúnica não
os isenta das responsabilidades morais imprescindíveis à própria renovação e
esclarecimento, pois que, mais facilmente, os espíritos puros se aprazem de utilizar
aqueles instrumentos dóceis e esclarecidos, capazes de lhes facilitarem as
tarefas a que se propõem. Os doutrinadores – Têm igualmente a
obrigação de se evangelizar, estudando a Doutrina e capacitando-se para
entender e colaborar nos diversos misteres do serviço em elaboração. Na mesma
linha de deveres dos médiuns, não se podem descurar do problema psíquico da
sintonia, a fim de estabelecerem contato com os diretores do Plano Espiritual
que supervisionam os empreendimentos de tal natureza.
Os
membros componentes – Devem
esforçar-se por manter os requisitos mínimos de conseguirem instruir-se,
elevando-se moral, mental e espiritualmente, através do devotamento contínuo,
incessante, para a fixação da idéia espírita de elevação que lhes deve tornar
pauta de conduta diária.
RECOMENDAÇÕES
GERAIS: · As reuniões mediúnicas
devem ser praticadas no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de
caráter particular. No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem
localizar recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsediados e
obsessores; · Após o trabalho, seja ele profissional ou doméstico, braçal ou
mental, faça o seareiro da desobsessão o horário possível de refazimento do
corpo e da alma; · Os integrantes da equipe precisam cultivar atitude mental
digna, desde cedo, principalmente no dia marcado para as reuniões; · Nos dias
de reuniões recomenda-se: a ingestão de alimentação equilibrada, leve e
moderada – evitar aborrecimentos – repousar antas de se dirigir a reunião; · A
reunião começa com a chegada dos membros, que devem adentrar na sala em
silêncio, e ao compor a mesa, devem se abster-se de realizarem conversas
contrárias à dignidade do trabalho a ser realizado, devendo concentrar-se em
uma leitura silenciosa e/ou realizarem meditações, de forma que desencharcam
dos tóxicos físicos e psíquicos que carregam, em conseqüência das atividades
normais. · O tempo de duração das reuniões não deve exceder a 1h30min, bem como
se deve respeitar rigorosamente o horário fixado; · Pontualidade é sempre
dever, nestas reuniões assume caráter solene; · Não é recomendável conversar
sobre trivialidades após o encerramento da reunião; · As reuniões requerem
muita harmonia, concentração e recolhimento, portanto não deve ser programada
em dias de muitas atividades simultâneas, pois invariavelmente o barulho irá
prejudicar a reunião; · A sala destinada às reuniões de estudo e educação da
mediunidade e desobsessão, face às peculiaridades deve ter assepsia psíquica de
uma sala de experiências, portanto deve ser preservada e não poderá ser
utilizada em eventos que não os identificados com os seus objetivos; · Aos
menores deve ser vedado o comparecimento a essas reuniões, salvo os casos
excepcionais; · As mensagens recebidas poderão ir a público após avaliação
criteriosa; · Descentralizar a atenção das manifestações fenomênicas havidas em
reuniões de que participe, para deter-se no sentido moral dos fatos e das
lições; · Nas reuniões de estudo e educação da mediunidade deve ser elaborado
programa para o estudo doutrinário dessa reunião e ser dada ciência dele aos
participantes, possibilitando o estudo prévio dos assuntos programados; ·
Deve-se colocar um jarro com água a ser fluidificada, a qual será servida no
término da reunião; · Esquivar-se à suposição de que detém responsabilidades ou
missões de avultada transcendência, reconhecendo-se humilde portador de tarefas
comuns, conquanto graves e importantes como as de qualquer outra pessoa; ·
Jamais se deve evocar a presença de determinada entidade, no curso das sessões;
· Não se deve pedir ao Espírito comunicante o seu nome ou prova de sua
identidade. Se o Espírito considerar necessário, ele o fará espontaneamente; ·
Na psicofonia não deve haver manifestações simultâneas. Os médiuns manterão o
controle para que haja uma comunicação psicofônica de cada vez; · Não é
necessário escurecer o ambiente para a realização da reunião; · Os auxiliares
da direção dos trabalhos deverão ser preparados devidamente para substituir o
dirigente, quando nos impedimentos deste; · Os médiuns devem ser alertados para
que não exerçam atividade mediúnica fora do Centro Espírita; · Os médiuns devem
ter controle das manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo, quanto
possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimentos de mãos
e pés ou quaisquer gestos violentos; · Para o desenvolvimento das faculdades
mediúnicas da vidência e da audiência, não é necessário promover reunião
específica ou destinar um período da reunião para esse fim. Essas faculdades se
desenvolvem naturalmente no curso das tarefas mediúnicas ou de outras de ordem
espiritual, supervisionada pelos benfeitores espirituais; · Silenciar qualquer
prurido de evidência pessoal na produção desse ou daquele fenômeno; · Abster-se
da realização de sessões públicas para assistência a desencarnados sofredores,
de vez que semelhante procedimento é falta de caridade para com os próprios
Espíritos socorridos, que sentem-se torturados, o comentário crescente e malsão
em torno de seu próprio infortúnio; · Deverá ser evitado que os manifestantes
doentes subvertam a ordem com pancadas (batimentos de mãos e pés), ou outras
manifestações ruidosas; · É desaconselhável a manifestação simultânea de duas
ou mais entidades carentes de auxílio. Caso isso se verifique, o dirigente
alertará os médiuns no sentido de contê-las; · Em nenhuma circunstância, o
dirigente garantirá a cura ou marcará prazo para o restabelecimento completo
dos doentes, em particular dos obsediados, sob pena de cometer leviandade; ·
Evitar, quanto possível, sessões sistematizadas de desobsessão, sem a presença
de dirigentes que reúnam, em si, moral evangélica e suficiente conhecimento
doutrinário; · Manter registro dos nomes e respectivos endereços dos
assistidos; · Na chegada de enfermos ou obsediados, sem aviso prévio, sejam
adultos ou crianças, o doente e os acompanhantes podem ser admitidos, por
momentos rápidos, na fase preparatória dos serviços programados, recebendo
passes e orientação. Findo o socorro breve, retirar-se-ão do recinto; · Não é
necessária a presença do obsediado na reunião de desobsessão para receber
auxílio dos benfeitores espirituais; · Quando a equipe dedicada à desobsessão
for chamada ao contacto com determinado enfermo, retido no próprio lar ou no
hospital, e havendo possibilidades para isso, indiscutivelmente a visita deverá
ser feita, porém o grupo deve fazer-se representar por uma comissão de
companheiros junto ao doente. Essa comissão deverá recolher o nome e o endereço
do irmão necessitado, abstendo-se da ação mediúnica diante dele, no que tange à
doutrinação e ao socorro aos desencarnados sofredores, reservando-se semelhante
tarefa para o recinto dedicado a esse mister; · O Presidente da Instituição ou
o Diretor da Área Mediúnica, se não forem freqüentadores da reunião deverão
eventualmente assistí-la com o intuito de verificar o andamento da mesma, vindo
a proferir, de forma sucinta, parecer em reunião de Diretoria.
Bibliografia:
Kardec, Allan. O livro dos Médiuns Kardec, Allan. Viagem Espírita em 1862 Luiz,
André - Libertação Orientação ao Centro Espírita – FEB Pugliese, Adilton.
Reuniões Doutrinárias e Mediúnicas no Centro Espírita
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Um comentário:
Já havia lido sobre as reuniões mediúnicas, mas foi muito bom reler este texto, principalmente agora, que estou quase terminando o ensino da Doutrina Espírita e, logo logo vou estar num grupo mediúnico. Este é o trabalho que quero fazer. Por isso é sempre muito bom, voltar às leituras sobre este assunto. Abraços.
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