Fonte: Revista Quem
- Edição 322
O espiritismo
cresce, aumenta sua influência sobre pessoas de alta renda e garante boa
audiência na televisão. Ao mesmo tempo, mais celebridades acreditam em
reencarnação e na comunicação com "entidades"
Os espíritos estão em todo lugar. Basta ligar a TV. Nas novelas, a crença em
entidades do além é amparada principalmente pelo espiritismo e a onda vem
acompanhada de uma mudança de perfil da religião. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o espiritismo tem hoje 20 milhões
de adeptos - cresceu 40% em cinco anos, principalmente nos Estados mais ricos e
escolarizados. Quem professa essa fé tem renda 150% superior à média nacional,
e 52% ganham mais de cinco salários mínimos. Estes novos seguidores valorizam
as explicações racionais para a vida após a morte. "A leitura e a
meditação se tornam mais importantes do que as sessões de mesa branca e as
operações sem anestesia", afirma a antropóloga Sandra Jacqueline Stoll, da
Universidade Federal do Paraná.
Com a mudança de
perfil e o sucesso do assunto na mídia, não é de espantar que mais celebridades
estejam declarando sua crença em espíritos. É o caso de Juliana Paes, Raica
Oliveira, Cleo Pires, Rosi Campos, Marcos Caruso, Carlos Vereza, Paola Oliveira
e Samara Felippo. A casa Lar de Frei Luiz, no Rio, é uma das que recebem várias
celebridades toda semana. "Carlos Vereza é um dos nossos conselheiros, e
sempre vêm aqui Elba Ramalho, Joanna, a Alcione, Toni Garrido, Cissa
Guimarães", diz a presidente, Helena Mussi Gazolla.
CAROL CASTRO
"Fui batizada, fiz a primeira comunhão, mas não freqüento a Igreja
Católica. Quando eu era pequena, fui muito a um templo budista. Minha mãe morou
no Japão dos 4 aos 9 anos e tem uma relação forte com a religiosidade oriental,
que ela me transmitiu desde pequena. Minha mãe é astróloga, taróloga e
terapeuta corporal. Ela se comunica com espíritos, já psicografou um livro do
escritor Camilo Castelo Branco. Sou budista. Acredito em uma força maior e
tenho certeza de que todos nós reencarnamos; temos várias vidas após a morte.
Acredito que os espíritos voltam para ajudar ou atrapalhar as pessoas.
Quando eu era criança, eu via muitos espíritos. Aos 3 anos, cheguei em casa
falando que tinha visto Jesus. Minha mãe ligou na escola para reclamar que a
professora estava influenciando minha formação religiosa, mas ninguém tinha
falado nada sobre Jesus para mim. Aos 6 anos, contei para a minha mãe que, em
uma vida passada, eu morei em um castelo e tinha uma mãe que fumava. O nome
dela era Marcela. Todos daquela minha família morreram de febre. Na mesma
época, vi a avó da minha mãe e saí correndo, assustada. Depois contei para ela
e descrevi o vestido que o espírito estava usando. E era o vestido favorito
dela.
Com o tempo, você perde essa pureza de criança e deixa de ver coisas assim. Fui
me desligando, mas ainda hoje valorizo muito a intuição, ela me ajuda a fazer
as escolhas certas. Quero ser mãe, e vou respeitar e estimular os meus filhos a
não perder esse contato com o espiritual. Bloquear as crianças nessa fase tão
bonita da vida só vai atrapalhar o desenvolvimento delas."
MARCOS CARUSO
"Tenho uma formação inicialmente católica, mas eu me converti ao
espiritismo. Passei a ter uma relação muito forte com a filosofia kardecista a
partir dos 27, 28 anos. Pauto minha vida pelo que o Evangelho me ensinou.
Durante um longo tempo, li O Evangelho Segundo o Espiritismo, ia às sessões
espíritas, mas praticava a religião católica. Hoje sigo à risca a doutrina
espírita, que é a favor da reencarnação. Peguei alguns pontos da filosofia
kardecista e levei para a minha vida, como a fraternidade, a humanidade, saber
pedir perdão, fazer com que o sucesso aumente minha responsabilidade e não a
minha vaidade, essas coisas. Sei que evoluí, dos 27 aos 54 anos, pela filosofia
espírita. Sou um devoto, acredito nas responsabilidades pelo que fazemos, que
voltamos numa vida futura e eu posso voltar melhor ou pior, dependendo de como
me comporto aqui. Assim, encaro melhor a minha presença nesta vida.
Não tenho medo da morte, ela é inevitável, temos de aceitá-la
Eu só me preocupo com o possível sofrimento das pessoas quando elas se
aproximam da morte. Nunca fiz regressão porque não me interesso pelo que
passou. Tenho uma relação forte com o presente e o futuro."
JORGE LOREDO E ROSI
CAMPOS
"Minha bisavó
já era espírita, minha mãe se comunicava com entidades. Acredito que existem
outras vidas e as pessoas se comunicam com muita força quando estão
morrendo", diz o ator Jorge Loredo. Há ainda quem se declare médium.
"Fui desenvolvendo a mediunidade de forma natural", afirma a atriz
Rosi Campos, que interpreta uma cartomante em O Profeta. "Quando cheguei
ao centro espírita, eu não sabia se iria conseguir essa conexão. As pessoas é
que mitificam, mas, se você acredita, não tem nada de anormal."
CAIO BLAT
"Sou fã de
Allan Kardec e Chico Xavier. Fiquei muito envolvido com o espiritismo porque
minha ex-mulher (a cantora lírica Ana Ariel) era médium. Quando nós começamos a
namorar, eu fiquei muito impressionado com os livros de Allan Kardec, com as
apresentações lógicas e claras sobre a nossa evolução espiritual. Ele explica
muito bem esse conceito tão antigo que é a reencarnação. Esta vida é só um
pequeno momento que faz parte de um ciclo muito maior. Gosto também das ações
sociais dos espíritas. Já fui ao Lar de Frei Luiz, que eu conheci por
intermédio do Carlos Vereza. Antes de conhecer o espiritismo, eu já frequentava
a Sociedade Taoísta.
A minha prática espiritual valoriza muito a meditação, o silêncio
Também sou seguidor de Lao Tsé, e tento conciliar o exercício espiritual do Oriente, a
busca por ser zen, com a explicação racional de Kardec. A questão da
comunicação com os espíritos não me atrai, prefiro desenvolver a minha
intuição. E estou tentando desenvolver a telepatia. Se eu estou pensando em
alguém, ligo para a pessoa na hora. Geralmente ela está mesmo precisando de
apoio."
Carol Castro também pensa assim. "As crianças têm uma pureza muito grande
e para elas o contato com os espíritos é espontâneo. Eu via muitos quando era
criança. "Aos 6 anos, contei para a minha mãe que, em uma vida passada, eu
morei em um castelo e tinha uma mãe que fumava. O nome dela era Marcela. Todos
daquela minha família morreram de febre." Hoje, a atriz diz que não vê
mais entidades, mas que sua mãe conseguiu desenvolver essa capacidade.
"Ela se comunica com espíritos e já psicografou um livro do escritor
Camilo Castelo Branco."
MAITÊ PROENÇA
"Tenho uma ligação com o divino, com aquilo que não se explica, mas
que alguns sentem de forma intensa - é meu caso. Ao longo do dia me relaciono
com isso muitas vezes e em alguns momentos de maneira mais solene.
Paro e rezo, medito, acendo velas, tenho meu ritual particular.
Acredito em reencarnação. Acredito que nos transmutamos. Que esta vida é mais
um rito de passagem (entre muitos) para algum lugar melhor e mais sublime, para
um estado de êxtase permanente, para a integração com um estado de consciência
perfeito. Acredito também na comunicação com espíritos. Se essas experiências
são relatadas por pessoas é porque de alguma forma elas acontecem. Ninguém
inventa nada, está tudo aí."
MEDIUNIDADE NATURAL
Allan Kardec era o pseudônimo do pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard
Rivail (1804-1869). Em 1857, ele sistematizou suas pesquisas sobre a
comunicação com o além na obra O Livro dos Espíritos, o primeiro de seus cinco
trabalhos que propõem uma explicação sobre para onde vamos depois da morte. Nos
anos seguintes, o espiritismo saiu de moda na Europa, mas encontrou um terreno
fértil no Brasil. Hoje somos o maior país espírita do mundo. "Sou um
devoto, acredito nas responsabilidades pelo que fazemos, que voltamos numa vida
futura e que eu posso voltar melhor ou pior, dependendo do que faço aqui.
Assim, encaro melhor a minha presença nesta vida", diz o ator Marcos
Caruso. "A divisão entre os mundos físico e espiritual não existe. Para
mim, o mundo é um só", afirma Thelma Guedes, uma das autoras de O Profeta.
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7 comentários:
O espiritismo, mim ajudor muito nós momentos difíceis da minha vida, hoje continuar a mim à judar é como eu intendo melhor ávida.
Fora da caridade não há salvação!
Nossa eu gosto muito do kardecismo me ajudou muito!!!
Bom dia a todos!
Conheci a filosofia espirita através de amigos, e hj gosto muito e tento de alguma formar trazer para minha vida.
Acho que todos devemos buscar este conhecimento na espiritualidade pois com isso iremos nos tornar uma pessoa melhor hj no presente e no futuro breve.
Abraço fraterno, Joselito - LITO.
A Doutrina Espírita transformou completamente a minha vida. Mostrou-me o direcionamento, para essa é outras vidas pautada no que faço hoje, será o reflexo futuro.
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...
Fico feliz de ver quantas pessoas oriundas do meio artístico são espíritas e estão assumindo publicamente essa condição, nós espíritas, como os artistas, somos, de certa forma, historicamente discriminados socialmente falando, claro, nada para nos envergonhar, mas é o preço que se paga por termos uma visão da realidade um pouco avançada em relação à média da sociedade pois ainda há quem não queira ouvir determinadas verdades.
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