Por: Matheus de Castro Macedo
Mocidade Espírita de Pedro Leopoldo
Temos hoje vários temas que ainda
são evitados em casas e reuniões espíritas com o propósito de não assustar ou
dispersar novos companheiros de doutrina que possam ainda se sentir inseguros
para tal abordagem. Mais do que temas e filosofias, evitam-se também atitudes e
comportamentos com os quais os ditos “conservadores” podem não se sentir a
vontade, como tocar em determinados assuntos nas reuniões públicas.
É
claro para todos que nossa doutrina nada proíbe, sendo que cada um sabe que consequências
sempre virão para cada atitude tomada, seja ela boa ou ruim, determinando assim
o perfil de seu retorno.
É
sempre muito edificante ouvir sobre a vida e os ensinamentos de Jesus, mas
em determinado momento se faz necessário abrir o leque e instigar em cada frequentador
a vontade de se envolver e estudar mais e mais a doutrina, partindo dos
assuntos básicos e entrando cada vez mais em discussões sobre temas mais sérios
e que com certeza, hoje em dia, captam mais o interesse das massas, sendo
espíritas ou não.
O
“medo” da abordagem polêmica se torna desnecessário. Sempre foi da
vontade de Kardec que os ideais espíritas se desenvolvessem junto à
Ciência e progresso da Humanidade, atendendo as necessidades intelectuais de
cada época. É obrigação do bom-espírita entender e estudar as mudanças morais e
éticas da sociedade, e dessa forma, compreender que determinados assuntos
precisam ser abordados para que o espiritismo continue sendo uma doutrina
consoladora e esclarecedora, pois, o que se poderia dizer de uma crença que
evita a abordagem de determinados assuntos? Regrediríamos assim para os tempos
do cristianismo obscuro e arcaico, onde falar e expressar-se sobre determinados
assuntos causava pasmo e indignação.
Quais
são os problemas da sociedade brasileira? Sim, são muitos, e todos devem ser
estudados à Luz dos ensinamentos espíritas, sem exceção. Porque não falar dos
políticos corruptos que fragilizam nossa confiança? Porque não falar em crimes
hediondos que chocam famílias nos sofás durante os telejornais? Devemos
transformar em ensinamento e esclarecimento as situações pelas quais ficamos
estarrecidos, para que dessa forma, o espírita na sociedade esteja sempre
atualizado, consciente daquilo que acontece à sua volta, e sempre, sempre em
vigília de suas atitudes.
Os
chamados “Espíritas Conservadores” na verdade são ainda dotados de preconceitos
sociais e filosóficos, são irmãos que necessitam de atualização, de estudo de
obras mais atuais, e de terem consciência de que a omissão desses assuntos
poderá acarretar novos compromissos em vidas futuras, atrasando um pouco mais
nossa escala evolutiva.
Vamos
deixar de lados preconceitos e não nos esquecemos de que
Jesus foi um revolucionário e não evitou em momento algum os assuntos da sua
sociedade, lutando contra aquilo que achava injusto e perverso.
E assim como na época de Jesus, temos hoje as perversidades de nosso mundo,
onde crianças se sexualizam cada vez mais novas, abortando seus filhos sempre
que engravidam, onde a educação moral de jovens é precária e decadente, onde
reina a miséria e o preconceito, onde homossexuais são mortos diariamente, onde
pais matam seus filhos por motivos desconhecidos, onde drogas reinam nas ruas
das periferias... E infelizmente: Onde a morte se torna destino certo das
crianças que antes mesmo de aprender a ler, se envolvem no mundo do tráfico e
roubos, vendendo ali sua liberdade em troca de momentos de consciência
alterada!
E ainda existem pessoas
que não concordam em falar destes temas?
Eu concordo!
Um comentário:
Eu também concordo, se o tema for bem trabalhado, as informações bem organizadas e tendo como base os ensinamentos espíritas, para explicar o que motiva tanta perversidade e descaso, com certeza esses assuntos serão bem aceitos e até mesmo discutidos de forma saudável. Haverá ainda quem não se sinta confortável e até mesmo reclame falar sobre determinados tipos de assunto, porém não se deve desistir de insistir no que é certo a se fazer, pois estas situações desconfortáveis fazem parte da vida, do nosso cotidiano e fugir a isso, seria desperdiçar mais uma existência.
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