Por: Ana
Blume
O Espiritismo nos mostra que a caridade toma
diversas formas. Não apenas aquela da ajuda material em relação aos que
possuem pouco, muito menos do que nós, sob a forma de moedas, roupas, alimento. A
caridade também pode ser exercida entre pessoas de iguais condições materiais,
através da indulgência, do apoio moral, da ajuda espiritual.
Os atos mais simples do dia-a-dia, como escutar,
sem julgamentos e sem tentar impôr nosso ponto de vista a alguém que precisa
desabafar sobre seus problemas, ou fazer o máximo para compreender alguém que
segue um estilo de vida diferente do nosso, podem ser grandes atos de caridade.
Somos caridosos quando perdoamos os deslizes
alheios. Somos caridosos quando, com humildade, admitimos nós mesmos os
nossos deslizes, e trabalhamos para não repeti-los. Somos caridosos
quando, guiados pelos bons espíritos, nos sentimos inspirados a fazer algo de
bom a alguém, sem esperar retorno ou reconhecimento, sabendo que a recompensa é
o próprio ato caridoso em si. Somos caridosos quando reconhecemos a
humanidade de todos, quando nos propomos a tratar com gentileza e simpatia até
mesmo aqueles que a sociedade exclui ou incrimina. Somos caridosos quando
nos abstemos de julgar.
Não somos capazes, enquanto encarnados, de
compreender todas as razões pelas quais alguém age de certa maneira, já que não
podemos penetrar em seu íntimo. Somos caridosos, como nos lembra Caritas,
quando amigavelmente introduzimos aqueles que não pensam como nós à doutrina
espírita — não para “convertê-los” ou para mostrar superioridade, mas para que
eles, como nós, possam encontrar apoio, consolo e conhecimento nos ensinamentos
dos bons espíritos.
Como se vê, a caridade é tão flexível, tão
adaptável, que podemos encaixá-la em praticamente qualquer situação do nosso
cotidiano, sabendo que seu uso só poderá trazer benefícios — às pessoas com
quem convivemos e a nós mesmos. Sejamos, então, de todas as formas
possíveis, caridosos.
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