Por: Joanna
de Ângelis
Psicografia:
Divaldo Pereira Franco
Hoje experimentas maior soma de
aflições. Observaste a grande mole dos sofredores: mães desnutridas apertando
contra o seio sem vitalidade filhos, misérrimos, desfalecidos, quase mortos;
mutilados que exibiam as deformidades à indiferença dos passantes na via
pública; aleijões que se ultrajavam a si mesmos ante o desprezo a que se
entregavam nos "pontos" de mendicância em que se demoram; ébrios
contumazes promovendo desordens lamentáveis; enfermos de vária classificação
desfilando as misérias visíveis num festival de dor; jovens perturbados pela
revolução dos novos conceitos e vigentes padrões éticos; órfãos...
Pareceu-te mais tristonha a
paisagem humana, e consideras mentalmente os dramas íntimos que vergastam o
homem, na atual conjuntura social, moral e evolutiva do Planeta.
Examinas as próprias
dificuldades, e um crepúsculo de sobras lentamente envolve o sol das tuas
alegrias e esperanças.
Não te desalentes, porém.
O corpo é oportunidade iluminava
mesmo para aqueles que te parecem esquecidos e que supões descendo os degraus
da infelicidade na direção do próprio aniquilamento.
Nascer e morrer são acidentes
biológicos sob o comando de sábias leis que transcendem à compreensão comum.
Há, no entanto, acompanhando
todos os caminhantes a forma carnal, amorosos Benfeitores interessados na
libertação deles. Não os vendo, os teus olhos se enganam na apreciação; não os
ouvindo, a tua acústica somente registra lamentos; não os sentindo, as parcas
percepções de que dispões não anotam suas mãos quais asas de caridade a envolvê-los
e sustentá-los.
Perdido em meandros o rio
silencioso e perseverante se destina ao mar. Agita e submissa nas mãos do
oleiro a argila alcança o vaso precioso. Sofrido o Espírito nas malhas da lei
redentora atinge a paz.
Ante a sombra espessa da noite
não esqueças o Sol fulgurante mais além. E aspirando o sutil aroma de preciosa
flor não olvides a lama que lhe sustenta as raízes...
Viver no corpo é também resgatar.
O Espírito eterno, evoluindo nas
etapas sucessivas da vestimenta carnal, se despe e se reveste dos tecidos
orgânicos para aprender e sublimar.
Numa jornada prepara o
sentimento, noutra aprimora a emoção, noutra mais aperfeiçoa a inteligência...
Nascer ou renascer simplesmente
não basta. O labor, interrompido, pois, prosseguirá agora ou depois. Não
cultives, portanto, o pessimismo, nem te abatam as dores.
Cada um se encontra no lugar
certo, à hora própria e nas circunstâncias que lhe são melhores para a
evolução. Não há ocorrência ocasional ou improvisada na Legislação Divina.
Quando retornou curado para
agradecer a Jesus da morféia de que fora libertado, o samaritano que formava o
grupo dos dez leprosos, conforme a narração evangélica, fez-nos precioso
legado: o do reconhecimento.
Quando o centurião afirmou ao
Senhor que uma simples ordem Sua faria curado o seu servo, ofertou-nos sublime
herança: a fé sem limites.
Quando a hemorroíssa, vencendo
todos os obstáculos, tocou o Rabi, deixou-nos precioso ensino: a coragem da
confiança.
Identificado ao espírito do
Cristo, não te deixes consumir pelo desespero ou pela melancolia, sob revolta
injustificada ou indiferença cruel. Persevera, antes, no exame da verdade e
insiste no ideal de libertação interior, ajudando e prosseguindo, além, porque
se hoje a angústia e o sofrimento te maceram, em resgate que não pode
transferir, amanhã rutilará no corpo ou depois dele o sol sublime da felicidade
em maravilhoso amanhecer de perene paz.
"Tem ânimo filhos: perdoados
são os teus pecados." - Mateus: 9-2.
"Deus não dá prova superior
às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não
sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade". - E.S.E. Cap. XIV
Item 9.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário