Por: Leda Maria Flaborea
A ressurreição de Lázaro simboliza a
reencarnação
A volta de Lázaro à vida sob o
comando de Jesus é uma das passagens mais conhecidas no Evangelho (João, 11:
1-46), e quem a conhece sabe que ela se apresenta em três fases distintas.
Senão, vejamos:
Na primeira fase, temos o Mestre
pedindo àqueles que o acompanhavam que retirassem a pesada pedra que tapava a
cripta onde Lázaro estava sepultado.
Na segunda, encontramos Jesus
ordenando ao próprio Lázaro que acordasse e saísse.
E, na terceira, que ele fosse
desatado dos panos que cobriam seu corpo, costume praticado na época, e que
fosse libertado. Em se tratando de Jesus não nos surpreende tal feito.
Entretanto, precisamos ir um pouco mais além. O que, na verdade, representa
Lázaro para nós cristãos e, sobretudo, para nós espíritas?
No nosso entender, à luz da Doutrina
Espírita, a passagem evangélica conhecida como a ressurreição de Lázaro, pode
representar a reencarnação – temos a chance de voltar em novo corpo para novas
experiências planetárias – ou o recomeço, como uma oportunidade de nos
libertarmos das angústias, remorsos, medos, imperfeições e viciações de toda
ordem e quilate que permeiam nossa existência, ainda hoje. Tudo isso
representa, afinal, os panos que nos cobrem os olhos e que não nos permite ver
além da vida material. Cada um de nós já experimentou o sentimento de culpa –
ainda hoje agasalhamos muitos -, seguido pelo arrependimento, remorso e o
retorno ao caminho do bem. E, justamente, por já havermos vivido tal situação,
entendemos o que significa recomeçar. Assim, quando Jesus trouxe Lázaro à vida,
não lhe devolveu apenas o corpo perecível, mas libertou-o, também, dos seus
enganos pretéritos a fim de que pudesse atender às novas experiências que
teria, a partir daquele momento. Ao dizer “desatai-o e deixai-o ir” Ele o
estava libertando de si mesmo, de suas culpas, para a nova vida. Lázaro,
beneficiado com a moratória dos débitos acumulados em tempos passados, estava
agora livre. Isso não é o processo reencarnatório? Isso não é recomeçar?
Acreditamos que sim. Somos, ainda, Lázaros nesta existência porque:
Primeiro - ainda nos conservamos
presos a lembranças de culpas, inconscientes ou não, remotas ou não, que nos
mantêm atados a situações que muitas vezes nada mais têm a ver com o que
vivemos atualmente.
Segundo – cristalizamos em nossas
mentes pessoas que em algum momento destruíram nossos sonhos e nossos ideais,
que zombaram de nossas esperanças, que nos levaram à desilusão e ao abandono.
Quando permanecemos nesse estado
mental, assemelhamo-nos a mortos – como Lázaro – na gruta de nossas recordações
agoniadas que nos envenenam o corpo e o Espírito. E essa gruta representa,
certamente, o orgulho, o egoísmo, os ressentimentos e mágoas que nos mantêm
presos a velhas ilusões, que não morrem dentro de nós porque não permitimos que
isso aconteça. Todas as vezes que nos lembramos, reavivamos antigas feridas.
Nós as alimentamos, tornando-as nossas inimigas ferrenhas e inimigas que não
nos dão tréguas. É preciso nos livrarmos delas! Emmanuel nos adverte que apenas
esse gesto não é suficiente para nossa evolução. Necessitamos caminhar um pouco
mais, irmos além. De que modo podemos fazer isso?
Nos diz o Instrutor Espiritual que é
preciso auxiliar essas criaturas para que elas também se soltem dos grilhões
que as prendem às suas próprias culpas e remorsos. O caminho proposto por ele é
o de não condená-las, não azedar seus sentimentos com cobranças e lembranças e
o de libertá-las, através da caridade do perdão e do esquecimento. Ao agirmos
assim estaremos permitindo a nós mesmos a possibilidade de um recomeço mais
luminoso e feliz. Dessa forma, quanto mais rapidamente as libertarmos, mais
rapidamente elas regressam ao caminho do bem e nós à independência. Retornemos
à passagem evangélica: a pedra que nos impedia de sair para a luz, já foi
retirada por amigos encarnados e desencarnados – hoje possuímos mais
entendimento que ontem. Todavia, para acordarmos e sairmos da cripta na qual
nos enclausuramos, muitos de nós ainda necessitam da ordem de Jesus no íntimo
de nossas consciências para dar esse passo. Mas, isto não basta. Precisamos,
agora, caminhar despertos e esclarecidos em direção ao amor do Pai, e para que
isso aconteça o Mestre aguarda de cada um de nós a fidelidade aos seus
ensinamentos, a renúncia definitiva às ilusões terrenas e a firme vontade na
realização desse empreendimento evolutivo.
Sem vontade firme e coragem de nossa
parte para fazer o que deve ser feito, o convite de Jesus para que acordemos
não se concretizará. Somos senhores do nosso destino e herdeiros de nossas
escolhas.
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Um comentário:
Passe lá por casa:http://ideiaespirita.blogspot.com
tenho uma prendinha especial...
Muita paz
Joana
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