Adoção

Por Emmanuel


Filhos existem no mundo que reclamam compreensão mais profunda para que a existência se lhes torne psicologicamente menos difícil.

Reportamo-nos aos filhos adotivos que abordam o lar pelas vias da provação, sem deixarem de ser criaturas que amamos enternecidamente.

Coloquemo-nos na situação deles para mais claro entendimento do assunto.

Muitos de nós, nas estâncias do pretérito, teremos pisoteado os corações afetuosos que nos acolheram em casa, seja escravizando-os aos nossos caprichos ou apunhalando-lhes a alma a golpes de ingratidão. Desacreditando-lhes os esforços e dilapidando-lhes as energias, quase sempre lhes impusemos aflição por reconforto, a exigir-lhes sacrifícios incessantes até que lhes ofertamos a morte em sofrimento pelo berço que nos deram em flores de esperança.

Um dia, no entanto, desembarcados no mais além, percebemos a extensão de nossos erros e, de consciência desperta, lastimamos as próprias faltas.

Corre o tempo e, quando aqueles mesmos espíritos queridos que nos serviram de pais retornam à Terra em alegre comunhão afetiva, ansiamos retomar-lhes o calor da ternura, mas, nesse passo da experiência, os princípios da reencarnação, em muitas circunstâncias, tão somente nos permitem desfrutar-lhes a convivência na posição de filhos alheios, a fim de aprendermos a entesourar o amor verdadeiro nos alicerces da humildade.

Reflitamos nisso. E se tens na Terra filhos por adoção, habituem-te a dialogar com eles, tão cedo quanto possível, para que se desenvolvam no plano físico sob o conhecimento da verdade. Auxilia-os a reconhecer, desde cedo, que são agora teus filhos do coração, buscando reajustamento afetivo no lar, a fim de que não sejam traumatizados na idade adulta por revelações à base de violência, em que frequentemente se lhes acordam no ser as labaredas da afeição possessiva de outras épocas, em forma de ciúme e revolta, inveja e desesperação.

Efetivamente, amas aos filhos adotivos com a mesma abnegação com que te empenhas a construir a felicidade dos rebentos do próprio sangue. Entretanto, não lhes ocultes a realidade da própria situação para que não te oponha à lei de causa e efeito que os trouxe de novo ao teu convívio, a fim de olvidarem os desequilíbrios passionais que lhes marcavam a conduta em outro tempo.

Para isso, recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus.

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3 comentários:

aless barretto disse...

Perfeito. Pena q tem gte q não abençoe essa linda ação que é adotar .

Silvana Borba disse...

Sou filha adotiva é só descobri isso aos 21 anos, oito anos após o falecimento da minha mãe adotiva. Soube através de uma tia irmã da minha mãe adotiva. Desde então tento achar minha mãe biológica. Meu pai adotivo por sua vez faleceu sem me falar o nome dela. Não tenho nenhuma raiva ou rancor da minha mãe biológica,, entendo q o amor dela por mim foi tão grande q ela preferiu me doar p outra família q tinha condições de me criar. Quanto a minha mãe adotiva não consigo entender o pq de tanta violência comigo, hj tento esquecer a violência sofrida, nas é difícil .

Elaine disse...

Minha mãe do coração nunca me falou sobre minha adoção, más desde muito pequena eu já sabia dentro de mim. Nunca tive revolta, somente mais amor do que sentia por ela, infelizmente ela foi embora muito cedo, talvez quando eu mais precisava dela, porém me conforto saber que estivemos juntas em vida e meu amor por ela é eterno.