Alguns conceitos básicos da Doutrina Espírita

Valter Viana
Existência de Deus Alguns dos conceitos da Doutrina Espírita não são novos, não tendo o seu Codificador, Allan Kardec, nada de novo criado, mas dado novas denominações ao que já existia e que remonta das mais antigas eras. Em “O livro dos Espíritos” Kardec inicia a sua grande obra com uma pergunta singular: “Que é Deus?” e os Espíritos Superiores respondem que Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. É eterno, único, onipotente, onisciente, imutável, e imaterial. Sabemos que não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus, em face de inferioridade de suas faculdades. Para compreendê-lo, ainda nos falta um sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do espírito. Kardec ao ser questionar quando o homem compreenderia a Divindade, responderam-lhe (...) “Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá”. Imortalidade da alma As doutrinas religiosas aceitam este princípio, porém a grande divergência é quanto ao destino da alma após a morte. A Doutrina Espírita vem demonstrar experimentalmente a imortalidade da alma através das pesquisas iniciada por Kardec por meio dos médiuns, na qual as comunicações mediúnicas vieram revelar um mundo novo e então desconhecido e que os espíritos nada mais eram do que os homens que aqui viveram. Comunicabilidade dos espíritos Remonta as mais antigas eras a realização da comunicabilidade dos homens com os seres do mundo espiritual. No entanto, até a codificação da Doutrina Espírita havia muitas superstições, era realizado de formas diversas e sem método e aproveitamento útil. Coube a Kardec estipular as primeiras regras, bem como elevar a categoria das coisas sérias e principalmente comprovar através da comunicabilidade dos espíritos a imortalidade da alma. Hoje, inúmeros estudos científicos vêm corroborar com Kardec onde destacamos os da SPR (Society for psychical research) que possui estudos em que prova a desprendimento de uma energia logo após o cessar da atividade do corpo físico. Destacamos também as “Experiências de Quase Morte” e não podemos esquecer-nos de citar os registros das comunicações em meio magnético: a “Transcomunicação Instrumental” (TCI) onde os aparelhos como gravadores e computadores registram as mensagens proferidas pelos que já partiram. Reencarnação A Doutrina Espírita nos ensina que fomos criados simples ignorantes e que chegaremos um dia ao estado de espírito puro, ou seja, a perfeição e que para isto precisamos de muitas vidas. Para uns o trajeto é mais curto, para outros mais demorado, variando conforme a utilização do livre arbítrio de cada um. A idéia da reencarnação consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, e esta é a forma que podemos conceber à idéia da justiça de Deus com respeito aos homens de condição moral inferior; a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas vidas. A razão assim nos diz, e é o que os Espíritos ensinam. Pluralidade dos mundos habitados A crença na reencarnação leva-nos aos princípios correlatos: preexistência e sobrevivência do Espírito e pluralidade dos mundos habitados. Jesus ensinou-nos que na casa do Pai há muitas moradas. Quer dizer, não podemos imaginar a vida existente só em nosso planeta, quando no universo existem outros tantos milhões de orbes, que estão sendo descobertos a cada dia. Mediunidade É a porta pela qual o mundo invisível encontra o visível, dividindo o mesmo destino. Através da mediunidade, podemos esquecer um pouco da nossa solidão e sentirmos a companhia de nobres almas que nos visitam como a um país distante. Também nos permite consolar e orientar aqueles que partiram despreparados para a jornada final da alma. Pela mediunidade confirmamos muitos dos nossos sonhos ou certificamos nossos piores medos. Triste seria o homem que ao olhar o céu noturno e estrelado, nada visse senão grandes astros em fogo eterno, como grandes fornalhas devorando o combustível do universo, ou somente visse estradas abandonadas de poeira cósmica, ou mesmo grandes vastidões frias e silenciosas. Feliz do espiritualista que crendo em Deus, que é todo fecundo e nada cria sem dar um sentido pleno, olha para os astros distantes e vê a antiga morada de seus pais ou a futura casa de seus filhos, que ouve a música das esferas, e percebe um chamado longínquo de milhões de raças, de milhões de vozes, pois vasto é o universo e mais vasto ainda é a distância que a vida alcança.

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