Prece

Por Valter Viana
As preces devem ser feitas diretamente ao Pai, mas também pode ser-lhe endereçada por intermédio dos bons Espíritos, que são os Seus mensageiros e executores da Sua vontade.
Kardec na questão 658 de “O Livro dos Espíritos” pergunta: “Agrada a Deus a prece?” e os Espíritos respondem: “A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para Ele, a intenção é tudo. Assim, preferível Lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-Lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Mas, não creias que O toque a do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.”
Entendemos que a finalidade precípua da prece é elevar nossa alma a Deus, não obstante a variedade de fórmulas e maneiras de execução, que não são relevantes, pois o que importa é que sejam sinceras. Uma condição essencial da prece é ser inteligível, a fim de que fale ao nosso espírito. Por isso devemos orar com o coração e não com os lábios, pois a prece é a expressão de um sentimento que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo coração de quem ora.
Na questão 659 de “O Livro dos Espíritos” os Mensageiros Espirituais nos informa que através da prece podemos louvar, pedir e agradecer:
Louvar é enaltecer Deus sobre todas as coisas, aceitando-O como Ser Supremo e Pai amoroso;
Pedir é recorrer ao Pai Todo-Poderoso em busca de luz, equilíbrio, forças, paciência, discernimento e coragem para melhor enfrentarmos as dificuldades.
Agradecer é reconhecer as inúmeras bênçãos recebidas.
Na resposta da pergunta 664, de “O Livro dos Espíritos” a espiritualidade nos informa: “A prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe assim um testemunho do interesse que inspira àquele que por ela pede e também porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que ora concita o desgraçado ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua parte, ele secunda a prece com a boa-vontade. O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-vos, desse modo, que culpados vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que mais necessitam das vossas preces.”
Por derradeiro ressaltamos que o essencial é orar com sinceridade e aceitar os próprios defeitos, porque a prece não redime as faltas cometidas; aquele que pede a Deus perdão pelos seus erros, só o obtêm mudando sua conduta na prática do bem. Deste modo, as boas ações são a melhor prece, e por isso os atos valem mais do que as palavras. Assim, a condição da prece está no pensamento reto, podendo-se orar em qualquer lugar, a qualquer hora, a sós ou em conjunto, em pé, deitado, de luz acesa ou apagada, de olhos abertos ou fechados; o importante é que ocorra o recolhimento íntimo necessário para se estabelecer a sintonia harmoniosa. Paralelo a isto, a importância do sentimento amoroso, humilde, piedoso, livre de qualquer ressentimento ou mágoa, dessa maneira o homem irá absorver a força moral necessária para vencer as dificuldades com seus próprios méritos.

Nenhum comentário: