Por: Fidel Nogueira
Pai Nosso;
Pois somos, todos, filhos do todo,
somos centelhas divinas e Deus está em nós e em todas as coisas. Fazemos parte
de uma família, universal no seu contexto, eterna na sua realização plena. Como
filhos do amor, somos amor, como filhos da luz, somos luz, como filhos do
eterno, somos eternos, enfim, somos irmãos que caminham para o mesmo destino
escolhendo cada um o caminho que lhe cabe, conforme seu conhecimento das coisas
e de si mesmo.
Que está nos céus,
Este “Deus interno” que todos
carregamos e devemos tomar consciência. O céu é um conceito de felicidade que
cada um pode construir em si mesmo, através do descobrimento do amor para o
qual fomos criados. Deus que está em cada um de nós, latente em suas
potencialidades, real em suas características, pleno em sua semente, pois que
cada um carrega em si o céu que é capaz de criar e viver. A manifestação de
Deus se faz em nós e em todas as criaturas do universo. “o reino dos céus está
dentro de vós”.
Santificado seja o vosso nome;
Faz-se necessário reconhecer o belo
em todas as coisas, assim como buscar o belo em nosso íntimo, nos tornando cada
vez mais “deuses em nós mesmos” e entendendo que somos todos capazes de atingir
um estado de equilíbrio íntimo, nos tornando saudáveis de corpo e mente,
exteriorizando o que é verdadeiro em nós. Todos sem distinção, fomos criados
com a mesma capacidade de construir o que de melhor acreditarmos e conhecermos.
Venha a nós o vosso reino;
Como um apelo, busquemos em nós esse
reino de paz e alegria. E que esse reino se torne cada vez mais presente em
atitudes renovadas no bem e na harmonia íntima de cada um de nós. Tudo o que
precisamos para, sermos felizes, se encontra em nós como se encontra na semente
a plenitude da vida de uma árvore, que colocada em contato com os elementos da
natureza se faz presente respeitando-se o tempo que cada um necessita para tal.
O grande instrumento da vida é o conviver, entrar em contato com o todo, com o
todo que está em cada um, fazendo brotar as virtudes libertadoras, da bondade,
da tolerância, da indulgência para com os outros, da compreensão de si mesmo e
dos companheiros de jornada, tornando a caminhada uma grande viagem de
conquistas eternas.
Seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus;
Que as vontades do “ego” possam assim
se tornar, cada vez mais, as vontades do “Self”, (Deus em nós) quando unidos á
matéria ou quando no plano espiritual. Não nos deixando levar pelos modelos e
costumes sociais, fazendo com que nos tornemos muitas vezes escravos do
consumo, da desesperança, e do imediatismo mundano, seja em que época estejamos
a viver, prevalecendo sempre os valores eternos e não o que é perecível. Pois
que tudo passa na vida e pela vida, permanecendo apenas aquilo que é elemento
do amor. Que a confiança seja parte integrante das nossas ações, não nos
deixando aprisionar nas angústias, nas frustrações, que nos fazem muitas vezes
cair nas armadilhas das fugas enganosas, construindo em nós conceitos e
preconceitos inconvenientes.
O pão nosso de cada dia dai-nos hoje;
O que nos liberta das dores, da fome
de liberdade, da sede de justiça, é o conhecimento, o conhecimento de nós
mesmos. Possamos então cuidar do abençoado corpo físico, esse veículo
maravilhoso da vida, sem nos esquecermos, porém, da verdadeira missão que cada
um carrega dentro de si. Analisar, perceber, investigar em nós mesmos,
sentimentos e emoções sem nos esconder aquilo que é necessário enfrentar e
vencer, nos tornando seres mais livres das sombras, aumentando assim nossa
capacidade de enfrentar novos desafios.
Conhecer-nos é antes de tudo assumir
uma posição de instrutores de nós mesmos, experimentando e vivenciando
situações que enriqueçam nosso Espírito. Buscar a verdade, para que a verdade
seja a grande libertadora de toda e qualquer ignorância que aprisiona. A
verdade sobre o que somos, quem somos, como somos e para que somos, definindo
assim um roteiro de conquistas valiosas.
Perdoa as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos ofende;
Na nossa caminhada evolutiva vamos
agregando valores, mas também carregamos ilusões que nos fazem acreditar que
não somos capazes, que não somos amados, ou muitas vezes tentando carregar os
sonhos e vontades dos outros, como se nós fôssemos responsáveis pela felicidade
daqueles que conosco caminham. Somos verdadeiramente parte de um todo, mas cada
um é responsável por si no que diz respeito à construção da própria felicidade.
Por não conseguirmos carregar ou resolver os problemas dos outros é que
acabamos por acreditar que não temos o direito de buscar o que queremos e
necessitamos para sermos felizes. È verdade que temos como pais a responsabilidade
de educar nossos filhos, mas jamais confundir educação com controle, amor com
propriedade, que nos levam a querer projetar nossas frustrações, nossa vida, na
vida dos nossos.
Assumindo muitas vezes uma posição de
salvadores, queremos evitar que nossos filhos sofram, criando em suas mentes a
ilusão de que a vida é um caminhar sem esforços ou situações desagradáveis,
definindo assim um conceito irreal sobre si mesmos, impedindo que descubram os
potenciais íntimos que cada um carrega no âmago.
Vivemos atualmente em uma era onde os
modelos sociais nos cobram comportamentos baseados no imediatismo, fazendo com
que a grande multidão atenda a apelos de aparências exteriores, de consumismo
desenfreado, causando quase sempre um grande vazio interior, pois não se pode
fugir de si mesmo, e os momentos de reflexão são inevitáveis.
Diante dos mesmos a grande multidão
procura as fugas das suas dores e emoções em falsos mecanismos de defesa,
definindo assim os equivocados conceitos do que se é ser bem sucedido e feliz.
Como a ilusão não é eterna e em nós
só se deve permanecer o que é real e não o ilusório, a vida com sua infinita
sabedoria se encarrega com seus mecanismos sutis e infalíveis de nos recolocar
no verdadeiro caminho. Quase sempre ainda, a dor, continua sendo a ferramenta
necessária para que possamos perceber os desvios que nos enveredamos na grande
jornada.
Com a inevitável frustração diante
desses comportamentos, muitas vezes, nos tornamos juízes de nós mesmos, nos
condenando implacavelmente aos conflitos íntimos, sem nos dar novas chances de
reparação.
Adotamos também a atitude de vítimas
do mundo, vítimas da vida, enfim, transferimos nossas responsabilidades,
atribuindo aos outros a culpa pelas nossas angústias e frustrações.
Pois, que o autoperdão, é a primeira
condição para entendermos a nossa fragilidade ainda ligada ao nosso
desconhecimento das coisas, compreendendo assim que todos estamos sujeitos a
erros e acertos, não havendo o porque da mágoa ou do rancor, nos dando a chance
de reparação, reconstruindo em nós o equilíbrio.
Diante da abençoada oportunidade da
reencarnação, a vida nos coloca muitas vezes diante daqueles que em uma
pregressa oportunidade, ferimos por ignorância ou negligência.
A misericórdia deve fazer parte de
nós, assim como, a sinceridade para conosco admitindo os equívocos, sem colocar
sobre os outros o peso da responsabilidade daquilo que nós mesmos somos os
arquitetos e executores.
O perdão é a grande libertação que
nos permite aceitar os erros como desconhecimento das leis naturais, leis essas
que estão, de forma ainda obscura para nós, em nosso íntimo. O arrependimento é
o reconhecimento das verdadeiras possibilidades momentâneas provocando assim
atitudes de aceitação e disciplina no fazer de novo, de uma maneira melhor, sem
carregar no íntimo as energias deletérias do remorso e da mágoa. Não podemos
estancar os sofrimentos sem curar em nós as feridas internas.
Não nos deixeis cair em tentação;
Novas experiências virão, atraídas
pelas nossas próprias necessidades ou pela necessidade da vida, pois que temos
o poder de construir o nosso amanhã, a partir das ações do hoje, tomando a
consciência de que atraímos para nós, pessoas e situações, conforme nossos
conceitos e julgamentos, que fazemos aos outros e a nós mesmos. Que possamos
assim vencer os desafios sem acumular ainda mais compromissos de reparação
futura. Pois, que, tentação é, nos colocar em prova, conforme as necessidades
de aprendizado de cada um. Se o pré-conceito nos é presente nas atitudes, a
vida se encarregará pela lei de atração, de colocar diante de nós os indivíduos
ou situações que nos ajudarão a exercitar o respeito e a aceitação às
diferenças de cada um. Quanto mais resistimos à natureza, mais a natureza se
torna instrutora de nós mesmos. Portanto, quanto mais cedo compreendemos a
vida, mais cedo a liberdade nos fará presente, com suas flores de paz e
harmonia.
Quando não escolhemos, a vida escolhe por nós respeitando nosso livre-arbítrio, mas provocando pela lei de evolução a retirada da inércia em nosso caminhar. Analisar atitudes e pensamentos é antes de tudo reconhecer em nós as deficiências e valores que nos levarão a vivenciar o que chamamos de lei de atração e afinidade. “Somos herdeiros de nós mesmos”, construtores do próprio destino e responsáveis por nossa própria redenção. Atraímos, pelo sincronismo dos acontecimentos, momentos que muitas vezes chamamos de fatalidade, como se a vida agisse em nós sem um finalismo sábio, amoroso e perfeito.
Quando não escolhemos, a vida escolhe por nós respeitando nosso livre-arbítrio, mas provocando pela lei de evolução a retirada da inércia em nosso caminhar. Analisar atitudes e pensamentos é antes de tudo reconhecer em nós as deficiências e valores que nos levarão a vivenciar o que chamamos de lei de atração e afinidade. “Somos herdeiros de nós mesmos”, construtores do próprio destino e responsáveis por nossa própria redenção. Atraímos, pelo sincronismo dos acontecimentos, momentos que muitas vezes chamamos de fatalidade, como se a vida agisse em nós sem um finalismo sábio, amoroso e perfeito.
Livra-nos dos males;
Pois que, sãos os males ainda
presentes em nosso ser que, por muitas vezes, nos aprisionam e nos fazem
sofrer. Livra-nos, Oh! “Deus interno” em nós, da ignorância que provoca o
orgulho, a vaidade e que muitas vezes nos faz querer viver longe do todo
universal, tornando presente em nós o tão doloroso egoísmo. Conhecendo assim a
luz que somos, mas ainda obscuros pela ignorância natural e com as
oportunidades de caminhada, tendo infinitas maneiras de burilar em nós as manchas
que impedem o brilho verdadeiro, pois que, somos como diamantes brutos, onde as
dores e sofrimentos muitas vezes nos apresentam como ferramentas de lapidação
para que se faça presente a joia real que se encontra por sob as cascas
provocadas pelo tempo necessário à plenitude.
Males são todas as ilusões, crenças,
medos, ciúmes, inveja, insegurança, imediatismo, desesperança, pessimismo,
maledicência, enfim, sentimentos e ideias cultivadas equivocadamente pelo
desconhecimento que temos do que somos e do que podemos conquistar.
Livrar dos males é adquirir a
consciência da força interior, assumindo uma posição renovadora e firme diante
dos desafios a serem vencidos, retirando de cada situação de dor e sofrimento o
aprendizado necessário para a nossa felicidade eterna.
Durante muitos anos acreditamos que
os males seriam sempre aquilo que no outro nos incomoda, ou as atitudes do
outro para conosco, assim como as situações desconfortáveis que muitas vezes
enfrentamos em incontáveis momentos da jornada. Porém, uma nova conscientização
se faz necessária, a de que “somos herdeiros de nós mesmos”, entendendo assim
que construímos o nosso castelo ou a nossa masmorra, conforme as atitudes do
agora.
Somos verdadeiramente responsáveis
pelo que estamos vivenciando hoje, pois que construímos isso de alguma maneira,
através do determinismo das leis naturais “causa e efeito” ou do finalismo,
necessários a cada um de nós. A vida obedece a um sábio e perfeito sincronismo,
onde podemos ter a certeza de que estamos exatamente no momento e local, com as
pessoas, sentimentos e situações que deveríamos estar, obedecendo à perfeição
do funcionamento da vida.
Que assim seja.
Aceitar, compreender, modificar o que
pode ser modificado, são atitudes libertadoras para o homem que quer se livrar
das angústias que o atormentam, conscientizando-se que o seu destino se vincula
ao uso do livre-arbítrio em conjunto com a observância das leis naturais, leis
essas que independente do grau de evolução do ser humano, estão gravadas em sua
consciência fazendo-se necessário que aos poucos, pela vivência das sucessivas
vidas, essas leis se tornem ativas através da experimentação de si mesmo,
construindo assim melhores atitudes para consigo e para com o seu próximo.
Construir em si cada vez mais a certeza
de que o universo é regido por um perfeito equilíbrio chamado amor e que os
homens se regeneram através da conscientização do seu papel no grande cenário
da vida, reconhecendo que para a construção da paz e do equilíbrio basta que
cada um reconheça que é através da modificação íntima de si mesmo é que se
modifica a grande paisagem humana.
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