Caridade

Por Valter Viana
"O homem de bem, que crê em seu futuro celestial, e deseja preencher sua vida com ações belas e nobres encontra na fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e aqui se cumpre ainda os milagres de Caridade de devotamento e de abnegação.” 1
No último informativo enaltecemos os Trabalhadores Voluntários, os quais chamamos de “Anônimos servidores do Senhor” e para encadear a matéria teceremos rápidos comentários sobre a Caridade, onde Adolphe, bispo de Alger, a define de forma brilhante: “Caridade, palavra sublime que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade. Ao te praticar, criarão eles os prazeres infinitos no futuro e, durante o exílio na Terra, tu lhes serás a consolação, a amostra das alegrias que experimentarão mais tarde quando se encontrarem todos juntos no seio do Deus de amor.” 2
O mestre Lionês e os Espíritos reveladores inseriram na Codificação diversos comentários sobre a Caridade, porém destacaremos um contido na questão 893 de “O Livro dos Espíritos” onde temos a pergunta: Qual e a mais meritória de todas as virtudes? E como resposta temos: “Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem.... A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada Caridade”.
Normalmente quando falamos em Caridade pensamos apenas no lado da doação de bens materiais, a Caridade material 3, ainda assim neste campo não devemos esquecer a parábola denominada “O óbolo da viúva”, onde o Mestre nos ensinou que o importante é doar com o coração, é dar com amor, não importando a quantia ou o bem. O Pai sempre nos convida a praticarmos pequenas filantropias nas mais diversas circunstâncias em que somos convocados. Acreditamos que ninguém é tão desprovido materialmente que não possa eventualmente repartir com àquele que precisa mais o seu pouco e àqueles que momentaneamente dispõem de um pouco mais, poderiam, sempre que possível, distribuírem parte do supérfluo com os mais necessitados. Aqui abrimos um parêntese no tocante a doação de materiais que devem estar sempre em condições de uso e não próprios para serem jogados literalmente no lixo, como muitas vezes ocorre.
No que tange a Caridade moral 3, recordamos a questão 886, de “O Livro dos Espíritos” onde se pergunta: Qual o verdadeiro sentido da palavra Caridade, como a entendia Jesus? E os Benfeitores respondem: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
Como forma de praticarmos a Caridade moral, podemos além de exercermos a resposta da questão acima, realizarmos a prece sincera em favor do próximo, proferirmos a palavra amiga a quem necessita de consolo, articularmos o gesto de carinho, esboçarmos o sorriso amigável e até mesmo proferirmos um simples um bom dia. E, estaremos com estas simples atitudes, dentre muitas outras possíveis, sendo caridosos, estaremos auxiliando o próximo ao criamos uma atmosfera fluídica positiva que certamente irá beneficiar aos que estão próximos de nós ou não. Não devemos contudo esquecer de que sempre o maior beneficiado seremos nós, pois com estas atitudes estaremos mudando a nossa atmosfera mental e certamente angariaremos a simpatia e companhia de espíritos voltados ao bem, afastando, conseqüentemente àqueles que ainda insistem em permanecerem na inferioridade.
É inegável que a imperfeição está latente em nós, mas ainda assim temos condições de iniciarmos a prática do bem, sobretudo com a leitura de tantos exemplos mencionados no texto.
Não podemos deixar de citar de que a “figueira” e “o túmulo caiado” são símbolos de pessoas cujo interior é vazio e que apenas exteriormente possuem a aparência de praticarem o bem, de serem pessoas virtuosas.
Por fim, Kardec nos ensina “... após a humildade para com Deus, a Caridade para com nossos semelhantes é a lei primeira de todo cristão” 4
Bibliografia:
1 - Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo de Estudo - Cap. XIX - Item 12 - pág. 442 - Editora Casa do Pão Editora - 2ª edição, 2006
2 - Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo de Estudo - Cap. XIII - Item 11 - pág. 313 - Editora Casa do Pão Editora - 2ª edição, 2006
3 - Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo de Estudo - Cap. XIII - Item 9 - pág. 309 - Editora Casa do Pão Editora - 2ª edição, 2006
4 - Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo de Estudo - Cap. IX - Item 4 - pág. 224 - Editora Casa do Pão Editora - 2ª edição, 2006

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