Mediunidade não é mística

Autor: Francisco Aranda Gabilan
A mediunidade é uma das mais irrefutáveis provas de imortalidade, ou seja, da preexistência do Espírito, da sobrevivência da alma.
Com efeito, as manifestações dos chamados “mortos” em todos os quadrantes do planeta foram e são atestadas a todo instante, seja pela identificação dos nomes, seja por dados pessoais fornecidos, seja pelas características e estilos de escrita, de fala e dos mais variados tipos de manifestação das criaturas.
Os mais dedicados estudiosos da ciência convencional – em especial da Física Moderna, da Filosofia, da Medicina Neurológica e da Psiquiatria, além da Psicologia – têm certificado tais manifestações como irrefutáveis. Mais que isso: asseveram que elas estão dentro do contexto dos postulados das respectivas ciências, dentro das leis naturais e, por isso mesmo, não têm qualquer traço de mística, de misterioso, de inexplicável, de incompreensível, de secreto ou impenetrável, relevados uns poucos casos de burla ou logro de algum esperto, logo desmascarado até com certa facilidade.
E essas manifestações se dão por intermédio dos chamados médiuns, ou seja, pessoas normais que se postam na mesma sintonia de pensamento que os tais “mortos” desejosos de se manifestarem ao mundo físico, e que intermedeiam os recados dos respectivos manifestantes, transmitindo aos “vivos” seus pensamentos, seus conselhos, suas revelações, suas mensagens e até suas queixas. Aliás, recados esses absolutamente idênticos àqueles que são dados entre os homens no dia-a-dia, porquanto os Espíritos são exatamente os mesmos homens desenfeixados do corpo físico, melhor dizendo, os mortos.
Logo, se são os mortos que se manifestam, eles efetivamente não morreram, mas simplesmente mudaram de estado, de plano, como querem alguns. Só estão desprovidos do corpo material físico como conhecemos no mundo visível. Se não morreram – só seus corpos foram enterrados (pó devolvido ao pó: átomos devolvidos ao conjunto atômico do planeta) -, então, são imortais.
Ora, se os imortais se manifestam e se dão a revelar, a compreender, a se relacionar com outros seres que, como eles, também não morrerão, também são, portanto, imortais, apenas que transitoriamente “vivos”, envoltos na matéria densa; então, essa manifestação deles é uma prova cabal da imortalidade. Raciocínio absolutamente lógico!
Assim, a mediunidade, como fato natural e dentro das leis que a regem, não é mística, repete-se. O médium não é um ser à parte na criação, como também não o são os Espíritos; ele não é um escolhido, um santo, um iluminado. Não! Apenas um intermediário, como cada um de nós pode sê-lo, porquanto todos somos dotados de tal capacidade.

Os médiuns são, em verdade – como os próprios Espíritos definiram (Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXVIII, item 9), com grifo nosso – “os órgãos materiais de que se servem os Espíritos para se expressarem aos homens por maneira tangível”. E, sendo assim, desempenham uma missão de relevo e venerável, pois que se dispõem a que sejam rompidos e rasgados “os horizontes da vida eterna”.

Nenhum comentário: